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Madeira

PAN Madeira critica a sustentabilidade usada "como adorno retórico"

A comitiva do PAN esteve a plantar 150 árvores nas zonas altas da Ribeira Brava.
A comitiva do PAN esteve a plantar 150 árvores nas zonas altas da Ribeira Brava.

O PAN considera que o termo sustentabilidade "tem servido mais como adorno retórico do que como base para políticas públicas sólidas e eficazes".

No dia em que um grupo de militantes esteve nas serras da Ribeira Brava a plantar 150 árvores, o PAN aproveita para fazer aquilo que diz ser um "fact-check à realidade": "Enquanto o Governo Regional continua a glorificar prémios e rankings internacionais sobre o destino Madeira, os residentes enfrentam dificuldades crescentes. Os nossos percursos naturais, antes espaços de lazer e conexão com a natureza, tornaram-se intransitáveis pela pressão turística. Os horários de circulação em zonas centrais transformaram-se num quebra-cabeça e o problema mais alarmante de todos, o galopante aumento do custo de vida, é uma realidade que o Governo insiste em ignorar", lê-se na nota de imprensa enviada às redacções.

O PAN dá como exemplo "o alojamento local, amplamente promovido como uma fonte de rendimento sustentável para as famílias, tornou-se um problema descontrolado, que empurra cada vez mais madeirenses e porto-santenses para fora do mercado habitacional". Nota que os residentes enfrentam uma batalha desigual num sector onde 'sustentabilidade' é só uma palavra bonita para justificar a falta de regulação e planeamento.

"A sustentabilidade deixou de ser um compromisso e passou a ser uma desculpa conveniente. Enquanto o Governo usa o termo como um escudo nos seus discursos, as pessoas perdem a capacidade de viver e prosperar na sua própria terra", afirma Valer Ramos, vice-porta-voz do PAN Madeira. "É urgente devolver o conceito de sustentabilidade ao seu verdadeiro significado: garantir o equilíbrio entre as necessidades da população e a preservação do nosso meio ambiente para as gerações futuras", acrescenta.

Por isso mesmo, o PAN Madeira "exige que o Governo Regional pare de utilizar palavras ocas como cortinas de fumo".

"Não é suficiente falar de sustentabilidade; é preciso agir em consonância com os valores que a palavra implica. É hora de olhar para as pessoas, para as suas dificuldades e aspirações, e abandonar discursos vazios em prol de acções concretas que façam da Madeira um exemplo real de equilíbrio e futuro sustentável", sublinha Valter Ramos.