Líder do Hezbollah promete cooperar com exército para respeitar cessar-fogo
O líder do Hezbollah libanês, Naim Qassem, comprometeu-se hoje a cooperar com o exército, responsável por garantir o respeito pelo cessar-fogo com Israel, na sua primeira intervenção desde que a trégua entrou em vigor.
"A coordenação entre a resistência e o exército libanês será de alto nível, para aplicar os termos do acordo de cessar-fogo", patrocinado por Washington e Paris, garantiu Naim Qassem, num discurso pré-gravado, citado pela AFP.
A trégua de 60 dias entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, mediada pelos Estados Unidos e pela França, entrou em vigor na quarta-feira.
O acordo prevê que os militantes do Hezbollah se retirem para norte do rio Litani e as forças israelitas regressem ao seu lado da fronteira.
"Que ninguém aposte em problemas ou conflitos" com o exército, acrescentou o líder do Hezbollah, que sucedeu recentemente a Hassan Nasrallah, morto num ataque israelita, no final de setembro, no seu bastião no sul de Beirute.
Naim Qassem prometeu ainda ajudar a "reforçar as capacidades defensivas do Líbano" e reivindicou também uma "grande vitória" sobre Israel, impedido "de destruir o Hezbollah e de aniquilar a Resistência ou enfraquecê-la".
"O nosso apoio à Palestina não irá parar e continuará através de diferentes meios", garantiu o líder do Hezbollah.
Enfraquecido pela operação israelita, que dizimou a sua liderança, o movimento armado e apoiado pelo Irão continua, no entanto, a ser um ator-chave na política libanesa.
O Hezbollah abriu uma frente de "apoio" ao Hamas contra Israel no início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada a 07 de outubro de 2023 pelo ataque sem precedentes do movimento islamista palestiniano.
O grupo afirmou anteriormente que só iria interromper os ataques contra Israel - que desalojou 60.000 habitantes no norte do país - com o fim da guerra em Gaza.
Segundo as autoridades libanesas, pelo menos 3.961 pessoas foram mortas desde outubro de 2023, a maioria desde o final de setembro.
Do lado israelita, morreram 82 soldados e 47 civis em 13 meses, segundo as autoridades.