As repercussões de uma possível vitória de Donald Trump
Donald Trump vai a eleições presidenciais dos EUA que decorrem no próximo dia 5 de novembro, como candidato do Partido Republicano, pela 3.ª vez, desta feita contra Kamala Harris, candidata do Partido Democrata.
O Trumpismo é um movimento sociopolítico de caráter nacionalista e conservador, que prioriza a defesa do interesse nacional dos EUA e evita que o país assuma responsabilidades que cataloga como alheias à sua competência. Caso Trump vença a eleição presidencial de 2024, espera-se uma reconfiguração da Política Externa norte-americana, uma vez que ele rejeita a ideia de que os EUA devem liderar a cena global, comprometendo-se assim a reduzir a participação do país nos assuntos internacionais. Esta postura constatou-se no seu primeiro mandato, ao ter classificado a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) como uma aliança obsoleta e ao afastar-se do Acordo de Paris. Já o seu candidato a vice-presidente, J.D. Vance reforça que o mundo é multipolar e que já não cabe aos EUA a responsabilidade de proteger a ordem internacional.
De forma genérica, a campanha de Trump concentra-se em três temas: a imigração, o protecionismo comercial e o anti-intervencionismo. Ao nível do comércio internacional, o Trumpismo rejeita a globalização e promove o protecionismo económico com a implementação de taxas alfandegárias sobre as importações, especialmente da China. Relativamente à Europa, consideram que os europeus devem assumir a responsabilidade pela sua própria segurança e que a França e a Alemanha deviam oferecer mais apoio à Ucrânia, no âmbito do atual conflito bélico com a Rússia.
A liderança carismática de Donald Trump, aliada à sua experiência nos meios digitais, permitiu-lhe exercer influência significativa sobre o seu eleitorado, com contornos perigosos. A insurreição do Capitólio, a 6 de janeiro de 2021, quando os apoiantes de Trump demonstraram lealdade ao seu líder em detrimento da Constituição dos Estados Unidos da América, evidenciou o desrespeito de Trump pela democracia, ao recusar-se a aceitar o resultado das eleições presidenciais de 2020, vencidas por Joe Biden.
Já Kamala Harris, caso vença a próxima eleição, compromete-se a fortalecer a liderança dos EUA na cena internacional e a promover a paz no Oriente Médio. Reconhece o direito de Israel à defesa, contudo expressa solidariedade ao povo palestino. Declarou que “os
EUA, e não a China, vencerão a competição do século XXI”, reafirmou o seu apoio à Ucrânia e comprometeu-se a cooperar com a OTAN.
Cabe agora ao povo americano escolher o seu próximo presidente, uma decisão que terá repercussões significativas na cena Internacional.