A unidade de um partido
Muito se tem falado da unidade do PSD Madeira, ou melhor …. da sua desunião.
Tudo isto decorre do facto de muitos militantes, se contarmos com os números dos aptos a votar nas últimas internas, cerca de metade, não se reverem com a atuação do atual Presidente do partido e por considerarem que o processo da sua eleição não foi propriamente democrático. O que veio depois foi ainda pior, com perseguições a companheiros como se estes tivessem praticado um crime ou mesmo tivessem ideologias diferentes.
Mas vamos por partes para que se perceba o que é absolutamente necessário para contrariar esta instabilidade interna e externa e tornarmos a ser um partido credível.
Precisamos de um líder eleito pelas bases, num processo eleitoral sem condicionamentos, transparente e democrático, entenda-se:
a) Definição de prazos que permitam um processo eleitoral credível;
b) Nomeação de uma comissão eleitoral isenta e com representantes das várias candidaturas;
c) Garantia que o pagamento de quotas decorre sem entraves e condicionalismos. Atrevo-me a dizer, que perante a situação actual e de forma excepcional, para garantir um líder forte, reforçado e agregador, deveria ser possível que todos os militantes votassem sem a obrigatoriedade de pagamento de quotas.
d) Todos os detentores de cargos públicos de chefia, têm de abster-se de chantagear e ameaçar os seus subordinados como de forma de condicionamento de voto.
Acredito piamente que perante um processo eleitoral digno e correto, todos aceitariam uma nova liderança com real sentido de responsabilidade e colaboração. A união, a normalização e a credibilização seriam restauradas.
Não podemos é continuar com esquemas, conspirações e manobras ardilosas de uma pequena elite interna que tem como único objetivo manter-se à tona por mais um tempo, enquanto constroem um fim inevitável para onde todos são arrastados.
A candidatura de Manuel António teve a virtude de demonstrar que no Partido Social Democrata há militantes, por sinal, metade do partido, que queriam um rumo diferente. Isto não é uma luta de poder como alguns querem fazer crer, com um discurso para desacreditar as pessoas sérias. Isto é uma luta pela justiça dos processos, pelos princípios éticos e da verdadeira social democracia. Só com tudo isto restabelecido, um verdadeiro líder poderá ganhar a confiança da população. Acredito que os nomes de quem se fala para suceder o actual Presidente do Governo Regional, nos golpes que se andam a conspirar, não quererão menos que assumir a liderança mediante sufrágio interno no partido e pela população preservando a legitimidade, a honradez e um percurso político digno.
Apesar de apoiar Manuel António, se for vontade da maioria dos militantes seguir outro caminho, desde que o processo seja correto, não terei problemas em apelar à união em torno do eleito e agir em conformidade.
Contudo, se tudo se repetir ou se viermos a confirmar um cenário dinástico, não terei outro remédio, em consciência, senão desligar-me de um partido irremediavelmente perdido nos valores e princípios. Mas asseguro que a minha luta continuará por uma sociedade mais justa e correta.