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Tabaco electrónico, os seus componentes e malefícios

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Os malefícios do tabaco na saúde humana é irrefutável e não constitui novidade para ninguém. Está provado cientificamente que o tabaco é uma das principais causas de morte em todo o mundo.

Apesar da luta que tem sido feita para combater este flagelo, a verdade é que a diminuição do dito tabaco tradicional contrapõe-se com a subida do consumo do tabaco aquecido.

O primeiro modelo foi comercializado a penúltima década do século XX, sem grande sucesso, o mesmo acontecendo com mais alguns nos anos seguintes. No entanto, desde 2014 que novos modelos têm vindo a ganhar popularidade e a conquistar utilizadores em todo o mundo.

Os cigarros ou tabaco aquecido são dispositivos que contêm tabaco, tal como os cigarros tradicionais. A principal diferença é que em vez de ser queimado, como acontece nos cigarros ditos tradicionais, o tabaco é aquecido com recurso a uma bateria, não emitindo chama, mas sim um aerossol que é inalado pelos utilizadores.

Este aerossol dos produtos de tabaco aquecido contém nicotina - substância altamente aditiva e responsável pela dependência- além de aditivos e aromatizantes.

Líquido em vez de tabaco

Os cigarros electrónicos não contêm tabaco, mas sim um líquido que tipicamente inclui nicotina, aromatizantes e outros ingredientes e que são aquecidos.

A indústria do tabaco afirma que há uma redução de 90% a 95% na quantidade de substâncias nocivas nos produtos de tabaco aquecido.

Contudo, a relação entre a exposição a substâncias nocivas e os efeitos para a saúde é complexa e mesmo uma menor exposição não se traduz necessariamente num menor risco para as pessoas e pode conduzir a doença significativa.

 Não existe, por isso, evidência que os produtos de tabaco aquecido sejam mais seguros do que os cigarros tradicionais.

Compostos nocivos

 O aerossol do tabaco aquecido contém compostos nocivos semelhantes aos que são encontrados no fumo dos cigarros tradicionais, para muito dos quais se conhecem propriedades cancerígenas.

Além disso, estudos independentes identificaram nos produtos de tabaco aquecido mais de 20 compostos químicos tóxicos em maior quantidade do que nos cigarros tradicionais. Identificaram também outras substâncias, que não existem nos cigarros convencionais, e que são potencialmente tóxicas.

Causam dependência

Os efeitos a longo prazo do consumo de produtos de tabaco aquecido na saúde ainda não são conhecidos, o que é natural dada a sua história de utilização ainda curta. No entanto, já existe evidência que os produtos de tabaco aquecido causam dependência e consequências a curto prazo na saúde, entre as quais: Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, com possíveis danos no coração e possível lesão no fígado.

Como se constata pelos estudos científicos, cai por terra o ‘mito’ de que o cigarro electrónico comporta menos danos.

A exposição passiva aos produtos de tabaco aquecido não é considera segura

Ao contrário do que se possa pensar, a exposição passiva aos produtos de tabaco aquecido não é segura.

Alguns estudos demonstram também que não há melhoria na função pulmonar ou na inflamação dos pulmões em fumadores que mudaram de cigarros tradicionais para tabaco aquecido. É referido também a nicotina veiculada no aerossol dos produtos de tabaco aquecido afecta negativamente a fertilidade e o desenvolvimento cerebral dos adolescentes e jovens adultos.

Por outro lado, há evidência sobre emissores de compostos nocivos e potencialmente prejudiciais a partir dos produtos de tabaco aquecido que sugere que a exposição  passiva ou em segunda mão a estas partículas é prejudicial.

No caso das crianças, esta exposição pode ser ainda mais prejudicial, por serem particularmente susceptíveis aos efeitos do fumo passivo.

O uso dos produtos de tabaco aquecido permite imitar o comportamento dos fumadores de cigarros tradicionais. Por isso, o risco de fumadores de cigarros tradicionais alterarem o seu consumo para estes novos produtos, em vez de tentarem parar de fumar, é real.

Por outro lado, por serem divulgados e difundidos com uma aparência mais atractiva e potencialmente menos nociva para a saúde, estas novas formas de consumo de tabaco e de nicotina contribuem para ‘normalizar’ o consumo e ‘oferecer uma tentação para não fumadores e menores de idade iniciarem os seus hábitos tabágicos, muitas vezes de forma mais precoce.

Os estudos e os dados objectivos dos especialistas referem, sem margem para qualquer dúvida, que a melhor forma de proteger a saúde humana contra os efeitos do tabaco passa simplesmente por não consumir qualquer forma de tabaco – tradicional ou novos produtos de tabaco – contrariando, assim, o seu início ou com cessação tabágica, para a qual apoio existe um apoio de médicos especializado para um vício cada vez mais nefasto para todas as pessoas que têm contacto com o tabaco.