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Chipre vai receber formação e equipamento para poder candidatar-se à NATO

Foto  Olga Donchuk / Shutterstock.com
Foto  Olga Donchuk / Shutterstock.com

O Chipre poderá candidatar-se a membro da NATO assim que as suas forças armadas receberem a formação e equipamento necessários, com a ajuda dos EUA, disse hoje o Presidente da nação insular do Mediterrâneo.

A posição assumida por Nikos Christodoulides pôs fim a semanas de especulação mediática sobre as intenções do seu Governo após um encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Washington, no mês passado.

Este desenvolvimento contraria a política de neutralidade de longa data assumida pelo Chipre, que remonta à era da Guerra Fria, quando o país caminhava numa corda bamba política entre Washington e Moscovo.

Christodoulides admitiu que o Chipre não pode aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) neste momento devido às objeções que a rival Turquia levantaria, mas defendeu que não deve ser negada à Guarda Nacional Cipriota a oportunidade de atualizar as suas capacidades defensivas com a ajuda dos Estados Unidos.

A Turquia, que mantém mais de 35.000 soldados na parte norte do Chipre -- zona separatista turca -, não reconhece o Governo da ilha, sediado na parte sul cipriota grega.

O Presidente Christodoulides não entrou em pormenores sobre a forma como as objeções turcas pode ser contornadas, mas a ONU está atualmente a preparar-se para a retoma das conversações de paz entre os lados rivais em Chipre.

O país foi dividido em 1974, quando a Turquia invadiu o Chipre na sequência de um golpe de Estado por partidários da união da ilha com a Grécia.

"Não queremos que a Guarda Nacional perca estas oportunidades, pelo que estamos em conversações com os EUA -- e agradecemos a sua resposta positiva -- sobre como a República do Chipre pode fazer o melhor uso destas oportunidades", disse Christodoulides, em declarações à agência de notícias Associated Press (AP).

"Quando tudo estiver no seu devido lugar e o país se "elevar aos padrões da principal aliança militar do mundo, a República do Chipre poderá tornar-se um Estado membro da NATO", acrescentou.

"O reforço das capacidades de dissuasão da República do Chipre é da maior importância e aproveitaremos todas as oportunidades, tanto na direção dos Estados Unidos e da NATO, como também da União Europeia", referiu ainda o chefe de Estado.

Segundo Christodoulides, a localização geográfica do Chipre -- é o Estado-membro da União Europeia mais próximo do Médio Oriente, a apenas 182 quilómetros da capital libanesa, Beirute -- impulsionou as melhorias planeadas para a sua infraestrutura militar.

Por isso, referiu, o Governo está em negociações com os EUA para atualizar uma base aérea importante, e com a UE para melhorar uma base naval.

Após o seu encontro com Biden, Christodoulides falou à AP sobre o compromisso do seu governo em expandir a cooperação em matéria de defesa e segurança com os EUA.

A base aérea Andreas Papandreou, na sua orla sudoeste do Chipre, está atualmente a acolher um contingente da Marinha norte-americana e uma série de aviões de transporte militar e de carga pré-posicionados para ajudar em potenciais evacuações do vizinho Líbano e de outros locais.