Presidente do FC Porto reitera firmeza em Vítor Bruno e pede mais ao plantel
O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, reiterou hoje a confiança no treinador Vítor Bruno, antes da partida para a Bélgica, onde os 'dragões' defrontam na quinta-feira o Anderlecht na Liga Europa de futebol.
"A confiança no treinador mantém-se, tanto por parte dos jogadores, como da estrutura e da direção. Tem espaço para desenvolver o seu trabalho, tem tempo, foi a nossa escolha para este projeto e é nele que acreditamos. O seu trabalho não está em causa", admitiu o dirigente, em declarações aos jornalistas no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, em Pedras Rubras, no concelho da Maia.
A contestação a Vítor Bruno aumentou no domingo, quando o FC Porto foi afastado na quarta eliminatória da Taça de Portugal, ao perder com reviravolta no terreno do também primodivisionário Moreirense (2-1), e falhou a conquista do troféu pela quarta temporada seguida, interrompendo um recorde absoluto de 22 vitórias consecutivas na prova.
Pela primeira vez em 16 anos, os 'dragões' perderam três encontros seguidos, sempre na condição de visitantes e para diferentes competições, numa sequência iniciada antes da paragem para as seleções nacionais, frente aos italianos da Lazio (2-1), na quarta jornada da fase de liga da Liga Europa, e ao Benfica (4-1), na 11.ª ronda da I Liga.
"Os resultados não estão ao nível do FC Porto, mas é preciso dar tempo para que as coisas se invertam, a equipa ganhe outra confiança e comece a responder às expectativas dos sócios. Perdemos a oportunidade de ganhar a Taça de Portugal, na qual temos um legado histórico e importante, mas há grandes ambições para esta época e outros objetivos ainda mais importantes, aos quais temos de corresponder", afiançou André Villas-Boas.
Vítor Bruno foi um dos principais visados por quase duas dezenas de adeptos na chegada ao Olival após a goleada na Luz, cenário replicado no domingo à porta do Estádio do Dragão, onde cerca de meia centena pediu a sua demissão e cantou pelo ex-presidente Pinto da Costa.
Além de terem assobiado e deixado palavras de insatisfação à equipa, os contestatários arremessaram um artefacto pirotécnico contra o autocarro 'azul e branco', levando Villas-Boas, Jorge Costa, diretor do futebol profissional, e outros dirigentes do clube a saírem das garagens rodeados de seguranças para tentarem serenar os ânimos.
"Não quero que considerem [um ato de] coragem. Agradeci aos adeptos a sua presença em Moreira de Cónegos, porque nos apoiaram até ao fim. Compreendemos que haja desilusão nos sócios e sentimos o peso da responsabilidade, da exigência e da vontade em inverter os resultados", vincou.
O FC Porto, 22.º colocado, com quatro pontos, visita o Anderlecht, quinto, com 10, a dois da líder isolada Lazio na quinta-feira, às 18:45 locais (17:45 em Lisboa), no Lotto Park, em Anderlecht, nos arredores de Bruxelas, capital da Bélgica, em encontro da quinta de oito jornadas da fase de liga da Liga Europa, sob arbitragem do dinamarquês Morten Krogh.
"Há que assumir as responsabilidades pelo mau momento. A equipa tem trabalhado bem para restaurar a confiança e conseguir vitórias. Sabemos que, neste momento, não está à altura dos pergaminhos do FC Porto, mas tem qualidade para mais e estamos seguros de que é isso que vai mostrar", finalizou o presidente 'azul e branco'.
Os oito primeiros classificados da reformulada fase regular da segunda prova continental de clubes qualificam-se diretamente para os oitavos de final, tal como os vencedores dos play-offs disputados a duas mãos entre as equipas posicionadas do nono ao 24.º lugares, enquanto as restantes ficam eliminadas.