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Ventura acusa Montenegro de fazer "número político" em torno de aumento das pensões

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O líder do Chega considerou hoje que as propostas de aumentos das pensões apresentadas pela oposição não colocam em causa a sustentabilidade das contas públicas, acusando o primeiro-ministro de fazer um "número político" em torno desta matéria.

"Nós temos uma avaliação que é independente, que é feita pela UTAO, que já disse que isso não coloca em causa contas públicas (...) É só o primeiro-ministro a querer fazer um número político à volta disto e, eventualmente, a tentar criar aqui mais um cenário de crise política", acusou André Ventura, em declarações aos jornalistas em Santarém à margem de um encontro com candidatos autárquicos do partido.

André Ventura respondia a Luís Montenegro que afirmou, na segunda-feira, haver fatores de incerteza que aconselham prudência no que diz respeito ao aumento das pensões.

O líder do Chega reiterou que o partido viabilizará o aumento extra das pensões proposto pelo PS, alegando que as reformas em Portugal são "miseráveis" e que o partido pretende aprovar qualquer proposta que vá ao encontro da melhoria das condições de vida desta classe social.

"O Chega vai viabilizar o aumento das pensões, esperando que a nossa proposta seja aprovada porque é a mais ambiciosa. Mas não podíamos, em coerência, inviabilizar as outras propostas que também vão no sentido de aumentar pensões, nomeadamente aquelas que se enquadram dentro da margem orçamental", disse.

Segundo Ventura, o Chega "vai lutar para aumentar pensões, sejam propostas de esquerda, de direita ou do centro".

O líder do Chega lembrou que a avaliação da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) confirma que os aumentos sugeridos, tanto pela sua proposta quanto pela do PS, não colocam em risco as contas públicas.

A proposta do PS, que deverá ser aprovada hoje no parlamento, aponta para um aumento de 1,25 pontos percentuais, além do aumento decorrente da lei, enquanto a do Chega é de 1,5%.

André Ventura aproveitou a ocasião para criticar a posição do Governo sobre a violência doméstica, rejeitando a ideia defendida por Luís Montenegro de que o aumento de casos se deve a um maior número de denúncias.

"É uma ideia absolutamente incrível num país que, ao contrário do que o Chega propôs, nunca quis verdadeiramente alterar a legislação nesta matéria", acusou.

Ventura sublinhou que as forças de segurança continuam sem os recursos necessários, tanto humanos quanto tecnológicos, para agir de forma eficaz e apelou ao parlamento e ao Governo para assumirem a responsabilidade nesta matéria.

"O parlamento nunca quis mudar estas leis, nem em termos de penas para os agressores, nem em termos de medidas preventivas, nem em termos de meios para os polícias. Não é só porque aumentam as denúncias, é porque não temos leis claras e o governo muito tem contribuído para isto", referiu.

André Ventura participou hoje um almoço no centro histórico de Santarém com os presidentes das concelhias e alguns dos candidatos às autárquicas.

Depois do almoço, o líder do Chega vai reunir-se com um grupo de empresários agrícolas e com a direção da CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal), numa visita que tem como objetivo "colocar a agricultura e o mundo rural em geral no centro do orçamento de estado".