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“Por mim ele [Pedro Pelágio] nunca saía” do Marítimo

O ex-presidente do Marítimo descarta qualquer responsabilidade na saída do médio madeirense, adiantando que a decisão foi exclusivamente da SAD, na altura presidida por João Luís, embora fosse o líder máximo da instituição verde-rubra

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 Em reacção à entrevista de Pedro Pelágio ao DIÁRIO, Rui Fontes defende ser de extrema importância esclarecer o que realmente aconteceu e quem foram os envolvidos na saída do médio madeirense, atleta que segundo o mesmo, “se ainda fosse presidente em vez de ter ido para o Chaves tinha vindo para o Marítimo”.

Por mim ele nunca saía, isso é garantido. Aliás, ainda tenho uma mensagem que lhe mandei na altura em que ele saiu a dizer que, por mim, a porta está sempre aberta. Portanto se eu ainda fosse presidente do clube em vez de ele ter ido para o Chaves tinha vindo para o Marítimo. Rui Fontes, ex-presidente do Marítimo

Quanto à decisão da transferência, primeiro por empréstimo, em Agosto de 2022, passando a definitiva em Junho do ano seguinte, após o Pafos exercer a opção de compra contemplada no acordo anterior, Rui Fontes sublinhou ser da “exclusiva responsabilidade da SAD”.

“O presidente da direcção era eu, mas o futebol do Marítimo era dirigido pela SAD, presidida pelo João Luís. A saída do Pelágio foi decidida pela SAD e não pela direcção do clube. É importante que isto fique esclarecido”, referiu o antigo dirigente.

Ao DIÁRIO, Pedro Pelágio afirmou que antes de ser emprestado pelo Marítimo aos cipriotas, pediu “um aumento no ordenado, até muito abaixo do que alguns colegas ganhavam na altura”, mas que viu o seu pedido negado e, em jeito de justificação lhe foi apontado “que deveria mostrar mais trabalho enquanto jogador”.

“Na altura não senti que aquilo era justo, porque dava sempre o meu máximo. Já estava como profissional no clube há quatro anos e acho que foi uma falta de respeito”, explicou o atleta, na entrevista presente na edição de segunda-feira.

Rui Fontes afirmou ainda que mal teve conhecimento da situação ainda falou com o jogador que actua no miolo e, com os responsáveis da SAD na altura, mas que “já era assunto arrumado”.

“O João Luís em vez de trabalhar com o clube, que era o maior acionista da SAD, optou por fazer muita coisa à sua maneira. Uma vez por semana reuníamo-nos e víamos as coisas como estavam, mas a decisão era dele e não podia interferir na mesma”, adiantou.

De acordo com Pedro Pelágio, houve duas tentativas de regressar ao emblema verde-rubro a título de empréstimo, onde o Pafos suportaria o seu ordenado na íntegra, ambas na direcção de Carlos André Gomes. A primeira em Janeiro, onde acabou sem qualquer resposta do clube e a segunda no arranque da presente temporada onde foi recusado com a justificação “que não era preciso, porque já tinham o plantel cheio de médios”.

Vou ter sempre um carinho especial pelo clube que me criou e que em parte me tornou naquilo que sou hoje, mas a melhor maneira de explicar o que senti, foi como se tivesse ‘levado uma facada nas costas’, porque na altura fiquei sempre com a fama que quis sair e nunca pensei em voltar, mas as coisas não foram assim. Já houve várias tentativas de voltar a casa, mas não quiseram. Sinto-me revoltado e triste com este tratamento. Pedro Pelágio, ex-jogador do Marítimo

O jogador madeirense acabou cedido ao Desportivo de Chaves, actual sexto classificado da II Liga, até ao final da presente campanha.