Jardim tem sucessor para Albuquerque mas recusa estar a conspirar
Ex-presidente do Governo Regional tem a certeza que "o povo não vê a oposição como alternativa"
Alberto João Jardim lamenta que a Madeira esteja a viver "numa instabilidade".
"A Madeira está a viver numa instabilidade [...], primeiro porque o PSD perdeu a maioria absoluta e segundo porque a justiça não funciona como deve funcionar num país democrático", disse em declarações à CNN Portugal.
De acordo com o ex-presidente do Governo Regional, "o PSD/Madeira ou muda ou afunda-se".
Jardim culpa Miguel Albuquerque pelo facto de o PSD não ter conquistado a maioria absoluta. Isto porque, conforme referiu, "um líder partidário une e não desune".
Em nove anos ele não conseguiu unir o PSD". Alberto João Jardim
No seu entender, outro dos problemas é a justiça, que não tem "prazos".
“Levanta-se a suspeição sobre uma pessoa e depois demora-se um tempo enorme a dizer se se confirma ou não. [...] A maneira como a justiça funciona em Portugal é imprópria de um país democrático", criticou.
Alberto João Jardim garantiu haver muitas pessoas contra a continuidade de Albuquerque, mas que não o podem dizer publicamente.
Há muita gente que não pode dizer publicamente que não concorda com a continuidade de Migue Albuquerque, mas que eu sei que está contra". Alberto João Jardim
Na sua óptica, os dois grupos que apoiaram e que foram contra o social-democrata nas últimas eleições internas "têm que convergir em alguém".
Jardim garante ter mais do que um nome para avançar, que não passa por Manuel António Correia nem pelo "núcleo duro" de Albuquerque, mas por pessoas que trabalharam com o presidente do Governo Regional, "que ele aceitou e que tem a obrigação de aceitar e que os outros em nome da unidade do partido devem também fazer um esforço" nesse sentido.
O ex-presidente do Governo Regional disse que não iria revelar esses nomes publicamente para não ser acusado de "estar metido em conspirações".
Em caso de eleições antecipadas, acredita que tudo "vai ficar na mesma" e que "o PSD vai descer outra vez". Mas tem a certeza que o povo não vê a oposição "como alternativa".
"Há aqui uma questão ideológica de fundo: na cultura política madeirense penso que ainda ou nunca será possível haver maiorias socialistas. O modelo socialista não serve à Madeira nem os madeirenses o querem", justificou.