Rússia recrutou mercenários iemenitas para lutar na Ucrânia
As forças armadas russas recrutaram centenas de combatentes iemenitas para lutar na Ucrânia, revelou hoje o jornal Financial Times (FT), ligando esta operação aos rebeldes huthis do Iémen.
De acordo com o jornal britânico, citado pelas agências internacionais, mercenários iemenitas garantiram que lhes foram prometidos altos salários e até nacionalidade russa em troca de lutarem ao lado das tropas russas na Ucrânia.
Uma empresa ligada aos rebeldes xiitas huthis (apoiados pelo Irão) terá atuado como intermediária até à chegada dos combatentes à Rússia, onde foram então incorporados no exército e enviados para as linhas de frente na Ucrânia, acrescenta o FT.
O enviado especial dos Estados Unidos para o Iémen, Tim Lenderking, confirmou ao jornal que a Rússia mantém contactos ativos com os huthis para a troca de armas, embora não tenha dado mais detalhes.
O eventual recurso a mercenários iemenitas por Moscovo está a ser interpretado como um sinal da presença crescente de soldados de outras nacionalidades na linha de combate no conflito com a Ucrânia devido à relutância do Governo russo em decretar uma mobilização geral no país.
O jornal britânico recorda que já foi registada a presença de mercenários do Nepal e da Índia no conflito na Ucrânia, além de cerca de 12.000 soldados norte-coreanos enviados para apoiar as tropas russas na defesa da região fronteiriça de Kursk, alvo de uma ofensiva do exército ucraniano em agosto passado que levou ao controlo de várias localidades.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.