Cerca de 30 manifestam-se pelo acesso público à Praia da Canavieira no Caniço
Nem a chuva que se faz sentir, este domingo, na Madeira, foi suficiente para demover o movimento popular “Canavieira uma Praia da Madeira”.
Quase trinta pessoas concentraram-se junto à promenade dos Reis Magos, no Caniço, que serviu como ponto de partida para uma manifestação pacífica e apartidária com o objectivo de defender o acesso público e seguro à Praia da Canavieira, através da Vereda da Praia da Canavieira.
Conforme noticiou o DIÁRIO, no início deste mês, alguns utilizadores da praia da Canavieira, dizem estar descontentes com o encerramento da referida vereda, desde 2018.
Segundo afirmam, o caminho “que sempre foi pública”, foi encerrado por um particular, motivo pelo qual estão a ponderar fazer uma petição pública.
Como é possível fechar o acesso a esta praia e permitir a construção privada sobre o mesmo? A minha praia de infância. Era uma dor subir a vereda ao fim do dia, mas a praia era espetacular
Desabafos como este são frequentes na página de Facebook criada para debater este tema, que já conta com mais de 1.500 membros.
Nesta mesma página, o presidente da Junta de Freguesia do Caniço, Milton Teixeira, esclarece que a decisão de encerrar o acesso à Praia da Canavieira, que aconteceu precisamente a 27 de Julho de 2018, por questões de segurança.
“Foi encerrado após uma acção inspectiva das condições de segurança levada a cabo pela Junta de Freguesia do Caniço e pela Protecção Civil Municipal. Nesta visita foi notória a falta de segurança do acesso, colocando em risco todos aqueles que ali passavam para a praia. Estruturas de segurança (incluindo varandins) abandonadas há diversos anos e já sem possibilidade de sustentação da base das mesmas, piso escorregadio, quedas de pedras e diversas fendas de grande dimensão que, no entender dos especialistas da protecção civil, poderiam provocar a queda de pedras maiores, com todos os riscos de segurança que esta queda poderia acarretar. Acesso abandonado há anos”, informou.
“Para além das situações expostas anteriormente, existiram, com demasiada frequência, comprovadas situações de actividades ilícitas, que levaram, inclusive, à intervenção dos órgãos de polícia criminal. Em Julho de 2021, após a pandemia, a Junta de Freguesia colocou uma equipa durante 15 dias a fazer a limpeza deste acesso e pediu nova reavaliação à Protecção Civil Municipal. A vistoria foi feita em conjunto e, se em 2018 não havia condições, em 2021 pior. As fendas apresentavam fissuras maiores”, acrescentou.
Apesar de admitir que a decisão não foi fácil, até porque confidencia que foi uma das suas praia de infância, Milton Teixeira admite que prefere ser penalizado “por uma decisão impopular, do que viver com a consciência de alguém se magoar a sério naquele local ou, pior ainda, perder a vida”.
O presidente da junta refere ainda que neste momento, estão "a verificar todas as hipóteses, incluindo com a intervenção especializada dos rocheiros do Governo Regional para verificar se se conseguirão os serviços mínimos indispensáveis para repor a segurança".
Os argumentos parecem valer de pouco, já que como é possível verificar pelas partilhas feitas estas manhã, os elementos do grupo:
Bora lá minha gente. A chuva já foi. Vamos lutar pelo que é nosso Jeronimo Caires