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Madeira

Chega convoca ministro da Agricultura para explicar falhas no combate ao surto de língua azul

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O partido Chega conseguiu aprovar um requerimento de carácter urgente para que o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, seja ouvido na comissão parlamentar de Agricultura e Pescas sobre o surto de língua azul que está a afectar ruminantes em Portugal. O requerimento foi aprovado por unanimidade, incluindo o voto favorável do PCP, um marco inédito na comissão.

Conforme explica o partido, a língua azul, ou febre catarral ovina, é uma doença viral que afecta ruminantes, mas não representa risco para os humanos. Actualmente, circulam no país três serotipos do vírus: o BTV-4, detectado em 2004, 2013 e 2023; o BTV-1, identificado desde 2007; e o BTV-3, registado pela primeira vez a 13 de Setembro deste ano. Dados de Outubro mostram um impacto significativo: 41 explorações bovinas afetadas, com 102 animais infetados, e 238 explorações ovinas, totalizando 11.934 animais infetados e 1.775 mortes.

O deputado madeirense Francisco Gomes, do Chega, criticou duramente a actuação do Governo. Segundo o parlamentar, o Ministério da Agricultura foi negligente ao não alertar os produtores sobre os riscos da disseminação do serotipo 3, já presente na Europa há um ano, nem implementar medidas eficazes de biossegurança e vacinação.

“O governo não agiu quando devia e são os produtores que estão a pagar essa negligência”, afirmou Francisco Gomes, destacando ainda problemas graves na distribuição de vacinas.

Embora três vacinas tenham sido autorizadas pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, apenas uma está disponível, e com atraso significativo. "Os produtores têm ido encomendar a vacina, mas não têm perspectivas de quando a mesma estará disponível", criticou o deputado, acusando o Estado de falta de planeamento e de uma gestão reativa.

Francisco Gomes garante que o Chega vai continuar a pressionar o Governo para que sejam dadas explicações claras e tomadas medidas concretas para apoiar os produtores e conter a propagação da doença.