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Orçamento Regional Madeira

Bloco quer novas eleições na Madeira para "repor normalidade democrática e credibilidade das instituições"

Dina Letra considera que "se houver coerência política este orçamento será chumbado"

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"Não é possível censurar um governo num dia e viabilizar, na semana anterior, o orçamento apresentado por esse governo, seja pelo voto a favor seja pela abstenção". Quem o diz é a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Madeira, Dina Letra, defendendo que "se houver coerência política" o Orçamento Regional para 2025, apresentado ontem, "será chumbado".

A dirigente regional do BE, que falava na sequência de uma iniciativa promovida pela partido, esta manhã, junto à Assembleia Regional, considera que "vivemos um momento disfuncional e de falta de credibilidade da política madeirense".

Por um lado, metade do Governo é arguido e, por outro lado, a Assembleia Legislativa Regional sai menorizada quando o seu presidente coloca a votação do plenário um documento sobre o qual tinha dúvidas jurídicas, revelando a sua total inadequação para o cargo de primeiro órgão de governo da Região. Tudo isto agravado pela sua cobarde abstenção na votação Dina Letra, BE

Dina Letra é peremptória: "Não há outro resultado anunciado da votação da moção de censura que não seja a queda do Governo", pelo que a seu ver não faz sentido aprovar "um orçamento de um governo que está a prazo, que tem uma moção de censura em cima, e sobre a qual a maioria dos partidos com assento na Assembleia já anunciou publicamente o seu voto a favor".

De facto, todo este pântano político deixa os madeirenses muito confusos: não entendem a posição do partido socialista em não viabilizar a votação imediata da moção de censura, como determina o regimento da Assembleia, mas também não entendem a cambalhota do CH Madeira que, num dia, toma uma posição contrária à do líder André Ventura e no dia seguinte apresenta uma moção de censura, eles que até estavam muito satisfeitos com as negociações para o orçamento e que deram luz verde e a sua total confiança a Miguel Albuquerque

O Bloco de Esquerda insiste que "é preciso repor a normalidade democrática e a credibilidade das instituições".

"Isto faz-se chamando o povo para novas eleições; com partidos políticos que conhecem a realidade das famílias madeirenses, que defendem as suas convicções com coerência política e não se deixam ficar reféns de estratagemas; e com um programa político alternativo que traga esperança e que responda aos reais problemas que os madeirenses enfrentam, desde a crise da habitação, aos salários e pensões, passando pelo acesso a cuidados de saúde e a uma vida digna", conclui Dina Letra.