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Papa defende que profissionais de saúde precisam de "tanto apoio" como os doentes

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Foto EPA

O papa Francisco defendeu hoje o trabalho dos profissionais de saúde e lembrou que necessitam de "tanto apoio" como os pacientes que tratam, alertou numa audiência com participantes de um fórum sobre serviços de saúde europeus.

"A vossa missão exige esforço e o saber trabalhar juntos, em equipa. Mas gostaria de vos convidar a ter atenção a dois aspetos da vossa experiência: o primeiro é cuidar de quem cuida", assegurou.

O papa Francisco falava durante uma audiência, na sala Paulo VI do Vaticano, com os participantes do fórum "Universalidade e Sustentabilidade dos Serviços de Saúde Nacionais na Europa".

"É importante não esquecer que vocês, os profissionais de saúde, são pessoas tão necessitadas de apoio como os irmãos e irmãs que vocês curam", acrescentou.

Neste sentido, disse que "o cansaço dos turnos extenuantes, as preocupações que carregam no coração e a dor que acumulam dos pacientes que cuidam, requerem conforto e cura".

"Por isso, vos peço, não vos descuideis, mas protegei-vos uns aos outros", pediu.

Por último, o pontífice incentivou os profissionais a sentir "compaixão por os últimos", ou "aqueles [que são] descartados" pelo "sistema".

"Se, como dissemos, ninguém é tão autossuficiente como para não necessitar de cuidados, então, ninguém pode ser marginalizado ao ponto de não ser cuidado", alertou, enquanto citou santos "clínicos" como madre Teresa de Calcutá ou o bioquímico Giuseppe Moscati, exortando para que "ninguém seja abandonado".

Entretanto, o Vaticano anunciou hoje que Francisco fará uma "visita pastoral" a Córsega, em França, no dia 15 de dezembro, a "primeira visita de um papa a Córsega" que está a ser "ansiosamente aguardada na ilha mediterrânica francesa com forte tradição católica".

Segundo o programa publicado pela Santa Sé, o pontífice, um padre jesuíta argentino que celebra 88 anos dois dias depois da viagem, em 17 de dezembro, chegará a Ajaccio cerca das 08:00 e partirá pouco depois das 18:00.

Durante a vista "que não é oficial, é pastoral", Francisco fará dois discursos e presidirá a uma missa durante a tarde, no teatro ao ar livre de Casone, antes de se reunir com o Presidente Emmanuel Macron.

Esta visita relâmpago, por ocasião de um congresso sobre religião no Mediterrâneo, está agendada para uma semana depois da cerimónia de reabertura da Catedral de Notre-Dame, em Paris, após ter sido devastada por um incêndio há cinco anos, e para a qual o papa Francisco recusou o convite enviado, no ano passado, pela França.

O presidente da Conferência dos Bispos de França, Eric de Moulins-Beaufort, declarou que "a estrela da reabertura de Notre-Dame de Paris é Notre-Dame de Paris" e, Francisco, "não quis desviar o olhar para si nesta ocasião".

O papa foi convidado a visitar a Córsega por dom François-Xavier Bustillo, de 56 anos, bispo de Ajaccio muito popular e mediático desde 2021, e que foi nomeado cardeal em setembro de 2023.

O responsável máximo da Igreja Católica visitou o território francês duas vezes, desde o início do seu pontificado em 2013. Em 2014, deslocou-se a Estrasburgo e, em 2023, a Marselha, mas nunca fez uma visita formal ao Estado.

Situada a 160 quilómetros do continente, Córsega, a quarta maior ilha do Mediterrâneo, tem cerca de 350.000 habitantes, 90% dos quais são católicos, segundo a igreja local que diz que as tradições religiosas, como as procissões, continuam muito enraizadas.