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Homicídios por violência doméstica e pedidos de ajuda aumentam na época do Natal

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Foto Shutterstock

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) alerta que as situações de homicídio e pedidos de ajuda por violência doméstica aumentam no Natal e passagem de ano, por causa da pressão das festas natalícias.

O responsável pelo setor da violência doméstica e violência de género na APAV, Daniel Cotrim, explicou que nesta época do ano "há uma pressão muito grande para que as pessoas estejam próximas. O grau de proximidade aumenta, a pressão também aumenta e estes crimes ocorrem".

Segundo o psicólogo, o que acontece é que começa por haver uma vontade por parte da pessoa agressora de manifestar a ideia de que "são uma família sem problemas" ou que pretende aproveitar a época natalícia para "refazer a relação".

Daniel Cotrim referiu que muitas destas pessoas assassinadas, especialmente mulheres, estão em contexto de separação ou já estão separadas há algum tempo do agressor.

Normalmente, segundo Daniel Cotrim, o que acontece é que há uma pressão para que as pessoas se voltem a juntar, fazer as pazes, poderem reencontrar-se e refazer a união conjugal.

"Na grande maioria das vezes não é possível, nem é vontade das vítimas, porque estão fora destas relações há algum tempo e nalgumas situações a situação [de crime] acontece, é violenta e tem o desfecho de homicídio", constatou.

Daniel Cotrim realçou também que os dados da APAV indicam que, por norma, no último trimestre do ano há também um aumento do número de pedidos de apoio.

"Aquilo que nós sabemos é que há uma maior tendência para a violência se agudizar, mas isso é uma característica da violência doméstica. Em períodos em que as pessoas estão juntas, em situações de violência ou já saindo delas, o período das festas, o período das férias, o período em que as pessoas estão juntas aumenta a incidência da violência e aumenta, por si só, também, os pedidos de ajuda", afirmou.

Relativamente a 2024, os dados mais recentes da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG)indicam que entre janeiro e setembro deste ano, ocorreram 18 homicídios (15 mulheres e três homens).

A APAV registou no primeiro semestre deste ano cerca de 15 mil crimes de violência doméstica, um aumento de 2% em relação ao período homólogo de 2023.