Um bando de meninos

O dia anterior tinha sido de repasto. Acordei de madrugada com uma secura na boca que carecia de um copo de água. Ao percorrer o corredor que liga o quarto de dormir e a cozinha sou surpreendido por um piscar de luzes piscadélicas que emanavam por entre a frecha da porta do quarto de hóspedes. Preocupado que tivesse sido invadido por algum meliante em ácidos avancei de peito cheio abrindo a porta com firmeza pronto para gritar um “quem vem lá!?”. Nada disso, ninguém vinha lá, nem uma mosca, apenas uma luz branca a piscar vigorosamente vinda da janela. Que raio, pensei eu… deitei o olho curioso para saber de onde vinha aquele recital que me recordava aquele verão de 2010 quando fui ao Boom Fest. E ali estavam elas, as luzes a piscar ferozmente, quatro para ser exacto, a assinalar a lomba na estrada que tivera sido instalada uns meses antes, para tentar regular a irresponsabilidade do condutor que se acha o próximo campeão do rally vinho madeira.

Quão meninos somos, condutores, ao ponto de termos de instalar um monte de lombas e um festival de gambiarras para nos obrigar a ser responsáveis?

João Santos