DNOTICIAS.PT
A Guerra Mundo

Kremlin afirma ter avisado EUA sobre uso de míssil balístico

None

Moscovo afirma ter alertado os Estados Unidos 30 minutos antes de ter disparado um míssil balístico hipersónico contra a Ucrânia, segundo o porta-voz do Kremlin (presidência), citado pelas agências noticiosas russas.

"O aviso foi enviado automaticamente 30 minutos antes do lançamento", disse o porta-voz, Dmitri Peskov, acrescentando que Moscovo mantém uma "comunicação constante" com os Estados Unidos sobre a questão das armas nucleares.

O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou hoje que as suas forças atacaram a Ucrânia com um novo míssil balístico hipersónico de médio alcance, sem carga nuclear, num ataque à cidade de Dnipro.

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, acusou a Rússia de estar "a provocar a escalada" na Ucrânia, ao mesmo tempo que Moscovo responsabiliza Washington pelo agravamento do conflito, ao permitir que o exército ucraniano ataque profundamente o território russo.

Jean-Pierre afirmou ainda que os Estados Unidos não têm "nenhuma razão" para alterar a sua doutrina nuclear, mesmo após a Rússia o ter feito.

"É a mesma retórica irresponsável que temos ouvido da Rússia nos últimos dois anos", disse Karine Jean-Pierre depois de Moscovo ter alargado a possibilidade de utilizar armas nucleares.

No passado fim de semana, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu à Ucrânia autorização para disparar contra a Rússia mísseis de longo alcance de fabrico norte-americano, à qual, o Presidente russo reagiu com o alargamento da doutrina russa sobre o uso de armas nucleares.

Putin advogou, desde então, o direito de Moscovo "utilizar armas contra as instalações militares dos países que autorizam o uso do seu armamento" contra instalações russas.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.