Reportados 35 internamentos de crianças até aos 2 anos por Vírus Sincicial Respiratório
Os hospitais reportaram desde o final de setembro 35 casos de internamento de crianças até aos 2 anos pelo Vírus Sincicial Respiratório, uma infeção que tem registado uma tendência crescente nas últimas semanas, segundo o Instituto Ricardo Jorge.
"Foram reportados 35 casos de internamento por infeção por VSR [Vírus Sincicial Respiratório] em crianças menores de 24 meses na rede de vigilância sentinela desde a semana 40/2024 [início de outubro], observando-se uma tendência crescente nas últimas semanas", refere o mais recente boletim de vigilância epidemiológica da gripe e outros vírus respiratórios do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
De acordo com o documento referente à última semana hoje divulgado, do total das crianças internadas, "40 % tinha uma idade inferior ou igual a 3 meses, 26,7 % das crianças eram prematuras e 8,6 % das crianças internadas (3 crianças) foram internadas em Unidade de Cuidados Intensivos ou tiveram necessidade de ventilação".
Desde o dia 30 de setembro, início da época de vigilância, foram também reportados 66 casos de internamento por infeção respiratória aguda (IRA) em Portugal continental nas redes sentinela.
Na última semana, foram analisados 15 casos de IRA e foi detetado um caso positivo de gripe e outro de VSR. Não foram detetados casos positivos de SARS-CoV-2, vírus responsável pela doença covid-19.
Das sete amostras positivas para gripe, desde o início da época de vigilância, duas são do subtipo A(H3) e cinco do tipo B (quatro da linhagem Victoria). O vírus da gripe do tipo B foi detetado em 71,4 % dos casos de gripe.
Já foram analisados 188 casos de IRA e foram detetados sete (3,7 %) casos de gripe, sendo cinco (71,4 %) do tipo B e dois (28,6 %) do tipo A. Foram identificados oito (4,3 %) casos de SARS-CoV-2 e dois (1,1 %) casos positivos para VSR.
Foram ainda detetados outros vírus respiratórios em 100 casos de IRA, dos quais assinalaram-se 61 rinovírus (hRV), 16 coronavírus (hCoV), sete parainfluenza (PIV), dois vírus sincicial respiratório (RSV), dois adenovírus (AdV) e 16 enterovírus (HEV), sendo que nove são enterovírus D68.
Desde o início da época de vigilância, os hospitais da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe e Outros Vírus Respiratórios registaram 14.165 casos de infeção respiratória e identificaram 394 casos de gripe.
Entre 11 e 17 de novembro, foram identificados 86 casos positivos para o vírus da gripe, dos quais 78 do tipo B e oito do tipo A. Em dois dos casos foi identificado o subtipo A(H1)pdm09. Também foram identificados outros agentes respiratórios em 222 casos, sendo os vírus do grupo picornavírus os mais frequentemente detetados.
Na semana passada, foi ainda "detetado um maior número de casos de VSR comparativamente com as semanas anteriores".
Desde o dia 30 de setembro, foram também reportados três casos de co-deteção pelo vírus da gripe e SARS-CoV-2. Nesta época, foram identificados outros agentes respiratórios em 1.379 casos.
O relatório indica ainda que "foram admitidos 51 casos de infeção respiratória aguda grave (SARI)" nos hospitais, com uma taxa de incidência "de 6,6 por 100 000 habitantes, apresentando uma tendência estável".
As crianças até aos quatro anos foram as que apresentaram a incidência mais elevada.
Na última semana, não foram reportados internamentos por gripe nas 16 Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) "que enviaram informação", mantendo-se estável face à semana anterior.
Mais de 10 mil crianças foram imunizadas contra o VSR em Portugal continental, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A campanha teve início a 15 de outubro de 2024 e decorre até 31 de março de 2025, procurando englobar a imunização de recém-nascidos neste período em maternidades dos setores público, privado e social ou crianças com fatores de risco.