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ORAM: com migalhas se faz um repasto

O Sindicato dos Professores da Madeira acompanha, sempre, com muita atenção as posições do Governo e dos partidos que compõem a ALRAM

Estamos num dos momentos mais importantes do ano para o futuro próximo da vida concreta dos cidadãos: a preparação do Orçamento Regional para 2025, cuja discussão e votação compete à Assembleia Legislativa Regional (ALRAM).

O Sindicato dos Professores da Madeira acompanha, sempre, com muita atenção as posições do Governo e dos partidos que compõem a ALRAM e, em diálogo, procura que as suas posições em relação a matérias que impliquem custos orçamentais sejam contempladas. É o que está a fazer neste momento, quer junto da Secretaria Regional de Educação, Ciência e Tecnologia, quer da ALRAM, pois, independentemente das peripécias políticas, o que verdadeiramente conta é a resolução dos problemas que afetam a vida real das pessoas.

Por isso, independentemente dos jogos parlamentares do gato e do rato, o que os professores e os educadores, verdadeiramente, esperam é que 2025 seja o ano da resolução de problemas que, há muito, deveriam estar resolvidos. A expetativa é muito elevada porque contamos com a concordância quase total dos partidos que compõem a ALRAM, quanto às matérias reivindicadas, e porque as verbas necessárias para resolver as injustiças, que tanto descontentamento causam nas escolas, são uma gota de água no Orçamento Regional.

Esperam, por isso, os docentes e o SPM, que, por fim,

a) todo o tempo trabalhado seja contado, pondo-se fim às ultrapassagens;

b) os professores-estafetas, que são obrigados a correr de escola em escola ou de um edifício de uma escola para outro, recebam ajudas de custo para pagarem o que faz andar os veículos;

c) os professores contratados não fiquem parados no tempo, antes progridam, como exige a Comissão Europeia e como, já, acontece no continente;

d) os docentes licenciados não profissionalizados não continuem, mensalmente, sem saber para onde foram os mais de cem euros que lhes pertenciam;

e) os professores e os educadores que trabalharam em escolas privadas não o tenham feito, como diz o povo, para aquecer e que possam comprovar que os decisores regionais aplicam as leis que eles próprios aprovaram;

f) os docentes que trabalharam fora da região, nos períodos de congelamento, abandonem o limbo terreno para que foram remetidos pelo modelo de recuperação regional e possam experimentar que a Madeira pode ser, mesmo, um jardim.

Pode parecer que os professores estão a pedir o Euromilhões para 2025. Puro engano! O que esperam é que o Orçamento Regional lhes coloque no sapatinho as migalhinhas que, há muito, têm direito para, com elas, fazerem um repasto saneador de fomes passadas e reparador de injustiças que deveriam envergonhar quem, vivendo na opulência, considera que os trabalhadores comem, sempre, demais.