Pedidos de bolsa no ensino superior batem recorde ao ultrapassarem os 108 mil
Mais de 108 mil alunos do ensino superior candidataram-se este ano a uma bolsa de estudo, segundo dados da tutela, que revelam ser o maior número de pedidos da última década.
Há cada vez mais alunos a requerer uma bolsa de estudo e são cada vez mais os estudantes apoiados. Os últimos números da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), atualizados na segunda-feira, mostram que este ano letivo já deram entrada 108.891 pedidos.
São quase mais mil pedidos do que no ano passado e mais de quatro mil do que os registados há dois anos, segundo dados da DGES, que mostram uma tendência de aumento ao longo dos anos.
No ano letivo de 2019/2020, por exemplo, deram entrada 97.210 pedidos e, nos três anos anteriores, os pedidos rondaram os 84 mil.
O Governo tem vindo a alargar o universo de alunos elegíveis para a bolsa, sendo que atualmente o limite de rendimento anual per capita está próximo dos 12 mil euros (antes rondava os nove mil euros).
Além disso, também passaram a ser elegíveis mais estudantes trabalhadores, uma vez que o limite do seu rendimento também subiu para pouco mais de 12 mil mil.
No entanto, nem todos os pedidos são validados, já que quase um em cada dez processos acaba por ser indeferido, segundo os dados da DGES.
Dos 109 mil requerimentos submetidos este ano letivo, mais de 10 mil não foram aceites, sendo que quase metade destes se encontrava em audiência de interessados.
Entre as principais razões para recusar os pedidos de bolsa estão o facto de o rendimento per capita do agregado familiar do aluno ser superior ao limite definido para receber esse apoio (38%), havendo também muitos casos de alunos (34,7%) que chumbaram no ano anterior, condição exigida para se ter direito ao apoio.
Há também casos em que os estudantes terminaram o curso fora do período estabelecido e outros que se inscreveram em menos disciplinas do que as obrigatórias.
Também houve 109 alunos sem direito a bolsa por terem património imobiliário avaliado acima de 120 mil euros (240 x IAS) e outros 50 que também viram o apoio negado por não terem a situação tributária ou contributiva regularizada.
Do total de requerimentos submetidos até agora, também existem 11 mil processos que continuam a aguardar informação para poderem ser devidamente analisados.
O valor das bolsas também tem vindo a aumentar, mas as associações de estudantes dizem ser insuficiente para fazer face às despesas que são cada vez mais elevadas.
No ano passado, segundo dados da tutela, o apoio aos alunos carenciados foi, em média, de 136 euros mensais.