BE-M repudia declarações de Paula Margarido sobre pobreza na Madeira
O Bloco de Esquerda (BE) veio hoje a público manifestar a sua oposição às declarações de Paula Margarido, deputada do PSD-M à Assembleia da República, proferidas durante uma conferência promovida pela Cáritas Diocesana do Funchal para assinalar o Dia Mundial dos Pobres. O BE lembra que a parlamentar afirmou que na Madeira existe uma "miséria de cabeça" e associou a pobreza a “uma consequência do álcool e das drogas”, além de questionar os números oficiais da pobreza na Região.
Ora, através de comunicado, o BE considerou estas afirmações como “irresponsáveis, repugnantes e insultuosas” para os madeirenses, acusando a deputada de demonstrar um total desconhecimento da realidade social da Região. O BE entende que, com a Madeira a liderar as taxas de pobreza no País e o acesso à habitação fora do alcance da maioria da população, estas palavras apenas reflectem o falhanço dos sucessivos governos PSD na Madeira, dizem os bloquistas.
O BE destacou as dificuldades enfrentadas por muitas famílias madeirenses, que vivem de salários baixos ou dependem da agricultura de subsistência, enquanto enfrentam problemas como despejos frequentes e a falta de habitação social. O partido defende que este cenário não é consequência de ‘miséria de cabeça’, mas sim de políticas públicas que falharam em garantir direitos básicos como casa para viver e salário digno.
O comunicado também alertou para a especulação imobiliária como um agravante da situação, sublinhando que a pobreza não pode ser varrida para debaixo do tapete para projectar uma imagem turística idealizada.
Para o BE, a solução passa por políticas que assegurem habitação acessível, remuneração justa e condições dignas de vida para todos os madeirenses, responsabilidades que, afirma o partido, os governos regionais do PSD têm negligenciado ao longo dos anos.