UNESCO, ONU e Brasil lançam Iniciativa contra desinformação climática
O Governo brasileiro, as Nações Unidas e a UNESCO lançaram hoje uma iniciativa conjunta para fortalecer medidas de combate à desinformação sobre alterações climáticas.
"Sem acesso a informações confiáveis sobre as alterações climática, nunca poderemos ter esperança de superá-las. Por meio dessa iniciativa, apoiaremos os jornalistas e pesquisadores que investigam as questões climáticas, às vezes com grande risco para si mesmos, e combateremos a desinformação relacionada ao clima que corre desenfreada nos media sociais", lê-se no comunicado.
A iniciativa, lançada à margem da Cimeira anual de chefes de Estado e de Governo do G20, que terminou hoje na cidade brasileira do Rio de Janeiro, pretende impulsionar o apoio a ações climáticas urgentes, numa altura em que os cientistas alertam que o tempo do mundo está a esgotar-se.
"Devemos combater as campanhas coordenadas de desinformação que impedem o progresso global sobre as mudanças climáticas, que vão desde a negação total até a lavagem verde (greenwashing) e o assédio aos cientistas do clima", frisou a UNESCO.
Até agora, Chile, Dinamarca, França, Marrocos, Reino Unido e Suécia já confirmaram a sua participação nesta iniciativa.
Na declaração final, que era esperada apenas para hoje à tarde, último dia da cimeira realizada na cidade brasileira do Rio de Janeiro, os líderes mostram-se "determinados a liderar ações ambiciosas, oportunas e estruturais" nas suas economias nacionais "e no sistema financeiro internacional com o objetivo de acelerar e ampliar a ação climática".
Na declaração menciona-se ainda que os países vão encorajar-se mutuamente com o objetivo de "emissões líquidas zero de GEE/neutralidade climática, levando em consideração o Acordo de Paris", mas também as "diferentes circunstâncias, caminhos e abordagens nacionais".
Para além dos representantes dos países membros plenos do grupo das maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana, no Rio de Janeiro encontram-se representantes de 55 países ou organizações internacionais, entre os quais Portugal - país convidado pelo Brasil -, representado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro; Angola, representada pelo seu Presidente João Lourenço; e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
O G20 é constituído pelas principais economias do mundo. A presidência do Brasil termina no final do mês, passando em dezembro para a África do Sul.