“Há um descrédito neste Governo relativamente à habitação”, atira PS
O PS-Madeira exortou este sábado, 2 de Novembro, o Governo Regional a contemplar verbas no Orçamento Regional para 2025 destinadas à construção de mais habitação pública, de modo a contribuir para diminuir as carências actualmente existentes na Região.
Em conferência de imprensa realizada na freguesia da Tabua, a deputada Olga Fernandes reiterou as dificuldades existentes na Madeira no acesso à habitação, apontando para o facto de existirem cerca de 5.000 famílias a aguardar por uma habitação social da Investimentos Habitacionais da Madeira.
A parlamentar apontou que, "graças ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), negociado pelo ex-primeiro-ministro António Costa (que duplicou as verbas para a Região de 2,5% para 5%), o Governo Regional anunciou a construção de 1.121 fogos habitacionais, ainda assim insuficientes para suprir as carências existentes".
Olga Fernandes recordou a promessa de construir 1.121 habitações, atirando que "afinal, até 2026, apenas serão construídas 805 casas, menos 316 do que as inicialmente prometidas".
A deputada do PS lembrou ainda que, em Março último, o presidente do Governo Regional afirmou que iriam ser entregues 600 habitações no âmbito do Programa Renda Reduzida, até ao final deste ano, "mas, passado pouco tempo, já veio dizer que serão apenas 146".
“Há um descrédito neste Governo relativamente à habitação”, critica Olga Fernandes.
Referindo-se ao "aumento assustador" do preço da habitação, que coloca entraves à classe média e aos jovens no acesso ao crédito, a socialista apontou que," enquanto na República o Governo anunciou a duplicação da construção, passando de 30 mil para 60 mil casas, na Madeira temos um Governo que vai diminuir o número de casas a construir, como se as que existem fossem suficientes”.
Reportando-se ao caso concreto do concelho da Ribeira Brava, a deputada do PS adiantou que "serão construídos apenas 27 fogos habitacionais ao abrigo do PRR (17 na Tabua e 10 em São Paulo, fruto da reconversão da antiga escola local)".
“O presidente do Governo acha que é com 27 fogos que se resolve a carência de habitação na Ribeira Brava?”, questionou, alertando que a construção nos diferentes concelhos "deve ser proporcional às necessidades observadas nessas mesmas localidades".
Além das casas que estão a ser edificadas através dos fundos europeus, Olga Fernandes desafiou o Executivo a reservar verbas do Orçamento Regional do próximo ano para a construção de mais habitação pública e, assim, ajudar a solucionar o problema que muitas famílias enfrentam.