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Valência pede mais 5.000 militares para resgates e apoio às populações

O governo regional da Comunidade Valenciana pediu hoje mais 5.000 militares para tarefas de resgate, limpeza e apoio às populações nas zonas mais afetadas pelo temporal que atingiu o leste de Espanha na terça-feira.

Com este reforço, que tem de ter agora resposta por parte do Governo de Espanha, aumentará para 7.000 o número de militares no terreno, que são dos três ramos das Forças Armadas e da Unidade Militar de Emergências (UME), especializada em resposta em cenários de catástrofe.

O executivo valenciano explicou hoje, num comunicado, que depois de "72 horas de intenso trabalho de diagnóstico e primeira atenção, já não existe qualquer núcleo de população isolada e os acessos são seguros com as mensagens de preocupação enviadas à população e aos voluntários".

Também "as bases logísticas estão já operativas".

A Comunidade Valenciana solicita, assim, que se mobilizem agora as Forças Armadas "em toda a sua extensão".

"Uma vez que conseguimos assegurar todos os pontos logísticos, garantir o acesso rodoviário por todas as vias e organizar a distribuição de voluntários, é agora seguro pedir mais 5.000 militares", afirmou o presidente do governo autonómico, citado num comunicado.

O governo regional pede, assim, mais 5.000 militares para o terreno para resgates, remoção de escombros e distribuição de água, alimentos ou medicamentos, entre outros apoios às populações das zonas afetadas pelas cheias.

O Governo de Espanha já tinha previsto reforçar hoje com mais 1.000 militares o dispositivo das Forças Armadas no terreno, onde há mais de 200 mortos confirmados e dezenas de pessoas continuam desaparecidas.

Os meios do Estado espanhol nas zonas afetadas pelo temporal, em especial na Comunidade Valenciana, no leste do país, incluem ainda mais de 4.500 elementos das forças de segurança nacionais (polícia e Guarda Civil).

A região com mais danos e vítimas causados pelo temporal é a Comunidade Valenciana, e em especial a província de Valência, onde ocorreram 202 das 205 mortes confirmadas até agora pelas autoridades.

O Governo espanhol reconheceu na quinta-feira à noite, pela primeira vez, que ainda permanecem "dezenas e dezenas" de pessoas desaparecidas nas áreas afetadas pelo mau tempo, o que confirmam também relatos das populações aos meios de comunicação social.

Além das vítimas mortais, o temporal provocou também danos em infraestruturas, com estradas e vias danificadas que permanecem intransitáveis, incluindo autoestradas.

Durante a madrugada de hoje, as autoridades de Valência restringiram a circulação de veículos nas zonas mais afetadas pelas cheias, limitando-a aos serviços essenciais e às empresas responsáveis por garantir o fornecimento de serviços básicos.

A solidariedade das populações com os mais atingidos pelo temporal de terça-feira à noite atingiu tal dimensão na sexta-feira, um dia feriado em Espanha, que as autoridades apelaram ao regresso a casa dos voluntários ou a que, pelo menos, não se deslocassem de carro, por estarem a impedir o acesso dos meios de emergência e assistência da polícia, das Forças Armadas e dos serviços de saúde.

A Comunidade Valenciana acabou, ao final do dia de sexta-feira, por avançar com a criação de um centro de coordenação na cidade de Valência para gerir as multidões de voluntários.

O executivo pediu aos voluntários para a partir das 07:00 de hoje se dirigirem à Cidade das Artes e das Ciências de Valência, onde está a funcionar desde essa hora um centro de voluntariado e a partir de onde estão a ser organizados e orientados grupos para as tarefas e locais necessários.