Kiev insiste que não vai submeter-se à Rússia
No dia em que se assinala o milésimo dia da invasão russa da Ucrânia, a diplomacia de Kiev declara que nunca se vai submeter apesar das dificuldades no campo de batalha e da incerteza quanto à continuidade do apoio norte-americano.
"A Ucrânia nunca se vai submeter aos ocupantes e os militares russos vão ser punidos por violarem o direito internacional", garantiu a diplomacia ucraniana em comunicado, afirmando que a segurança não pode ser restabelecida sem a restauração da integridade territorial e da soberania da Ucrânia.
Hoje, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano referiu que a Rússia, em quase três anos de guerra, aprofundou uma aliança militar com a Coreia do Norte e o Irão que representa uma ameaça crescente para a segurança e estabilidade globais.
"A crescente interação entre estes três regimes mostra que a agressão russa contra a Ucrânia é uma ameaça global que está a desestabilizar a Europa, o Sudeste Asiático e o Médio Oriente. Exige uma resposta global", refere a nota da diplomacia de Kiev.
"Precisamos de paz, não do apaziguamento", insiste o ministério.
Kiev voltou a referir-se à "política de apaziguamento", um termo utilizado pelo Reino Unido no final dos anos 1930 para evitar a guerra com a Alemanha nazi, fazendo concessões a Berlim, e que acabaram por não resultar.
A Ucrânia tem vindo a recuar há vários meses em muitos setores da linha da frente contra um Exército russo bem armado e mais numeroso.
Simultaneamente, o regresso de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, em janeiro de 2025, leva a Ucrânia a recear que Washington venha a aceitar concessões territoriais, oferecendo à Rússia uma vitória militar, política e diplomática e alimentando as ambições geopolíticas de Vladimir Putin.