Mais de dois milhões de mulheres sofrem violência de género
Mais de oito milhões de mulheres precisam de ajuda humanitária na Ucrânia, incluindo mais de dois milhões que necessitam de apoio por serem vítimas de violência baseada no género, categoria que inclui abuso sexual, alertou ontem a ONU.
As mulheres e as raparigas representam mais de metade das 14,6 milhões de pessoas que tiveram de abandonar as suas casas na Ucrânia, seja para ir para outras zonas do país ou para atravessar a fronteira como refugiadas, razão pela qual a ONU Mulheres apela à ajuda numa abordagem de género, enquanto aguardam o fim do conflito iniciado com a invasão da Rússia em fevereiro de 2022.
"As mulheres na Ucrânia lideram a resposta humanitária e planeiam a recuperação", declarou responsável da agência da ONU neste país, Sabine Freizer Gunes, lamentando a falta de presença feminina nos primeiros níveis políticos e o facto de "uma em cada duas mulheres" não trabalhar.
"A capacitação das mulheres não só fortalece a resposta da Ucrânia hoje, como abre caminho para um país mais inclusivo e resiliente no futuro", acrescentou.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDC) estima que menos de 1% dos fundos de recuperação vão para projetos centrados na igualdade de género.
No entanto, atualmente, cerca de metade das novas empresas fundadas são lideradas por uma mulher, o que, segundo a ONU Mulheres, reflete o seu potencial para revitalizar social e economicamente um país marcado por conflitos há mais de dois anos e meio.