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A Guerra Mundo

Mais de 650 crianças morreram desde início da invasão

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Foto EPA

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirmou, esta segunda-feira, que 659 menores morreram na Ucrânia desde o início da invasão russa, enquanto outros 1.747 ficaram feridos devido aos bombardeamentos contra infraestruturas civis.

Estes dados mostram que cerca de 16 crianças são mortas ou feridas por semana devido aos ataques registados no leste do país, onde as vidas de "milhões de rapazes e raparigas continuam a ser alteradas" por estas ações, segundo um comunicado da UNICEF.

No total, o número de crianças mortas ou feridas ascende a 2.406, segundo os dados do documento da agência das Nações Unidas.

Enquanto os ataques se intensificam, os menores e as suas famílias "enfrentam um terceiro inverno em condições muito difíceis", conclui a UNICEF.

Na semana passada, um ataque a um prédio de apartamentos na cidade central de Krivoy Rog matou uma mãe e os seus três filhos, em que o mais novo tinha apenas dois meses de idade.

A UNICEF recorda que as crianças enfrentam "lutas incessantes, deslocações prolongadas e graves carências de recursos básicos, como água potável, eletricidade e outras necessidades básicas".

Desde julho deste ano, a intensificação dos ataques em território ucraniano provocou um "aumento drástico do número de vítimas civis" e agravou os danos causados às infraestruturas, segundo o documento.

"O custo que o conflito tem para as crianças é chocante e não podemos tolerá-lo", afirmou a diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell.

"Os rapazes e as raparigas estão a ser assassinados nas suas camas, nos hospitais e nos parques infantis, e as famílias ficam devastadas por estas perdas ou ferimentos que mudam as suas vidas", lamentou.

Russell salientou que estes ataques afetam gravemente o abastecimento de água, o aquecimento e a eletricidade.

Entre 22 de março e 31 de agosto de 2024, bombardeamentos contra infraestruturas energéticas em todo o país destruíram nove gigawatts de capacidade de produção de eletricidade, o equivalente a metade da energia de que a Ucrânia necessita durante os meses de inverno.

Desde agosto de 2024, cerca de 170 mil pessoas foram forçadas a fugir das suas casas no leste do país, muitas das quais foram evacuadas de zonas afetadas por intensos combates.

Isto soma-se aos quase 3,6 milhões de pessoas deslocadas internamente na Ucrânia e aos mais de 6,75 milhões de pessoas que tiveram de procurar refúgio fora do país.

Na Europa, nove em cada dez refugiados ucranianos são mulheres ou crianças.

No documento agora revelado, a UNICEF voltou a sublinhar a importância de "respeitar o Direito Internacional" e as crianças, bem como as infraestruturas vitais para a sua sobrevivência.