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Crónicas

O maior presente deste Natal

Aceder à inteligência natural do nosso coração pode criar um campo electromagnético de amor incondicional e interações harmoniosas – ajudando a humanidade a perceber que somos uma Terra, um jardim, um povo! - Doc Childre, fundador HeartMath Institute

2025 aproxima-se a passos largos, antes o Natal e com ele uma possibilidade fenomenal de ativarmos todos a nossa inteligência cardíaca. 2024 tem-me parecido demasiado pautado por dissociação cognitiva, alienação, alucinação, quase colectivas. A minha intenção, com esta crónica, é a de oferecer um possível mapa de navegação a partir de Janeiro (aliás, já!)

A prática de gerar, nutrir e manter emoções generativas transforma vidas. É por isso que elas são os valores da parentalidade generativa. Vamos por partes:

O que são emoções generativas?

São as emoções geradas no coração.

O coração é um cérebro, tem neurónios, sente, tem memória. Nada disto é novo. Os nossos ancestrais conheciam bem o poder do coração. O Dr. Abdullah A. Alabdulgader é um dos reconhecidos médicos, cientistas e investigadores no campo da neurocardiologia, que tem publicado estudos incríveis sobre a importância e sabedoria do coração (vale a pena pesquisar).

Quais são as emoções generativas?

Entre elas: compaixão, gratidão, generosidade, alegria, coragem, cuidado… Juntas (dependendo do mapa cultural) formam aquilo a que chamamos amor.

Existem emoções degenerativas? E como agem no nosso corpo e vida?

Sim, existem. Segundo pesquisas, não só do HeartMath Institute, como de outros centros internacionais de investigação, conseguimos perceber que quando experimentamos diariamente emoções degenerativas, que nos retiram energia vital, como: frustração, raiva, irritação, impaciência, tipicamente chamadas de experiências negativas, o sinal que estamos a enviar ao nosso cérebro é irregular, quase caótico, incoerente, e quando o cérebro recebe esse sinal vai responder em conformidade, libertando hormonas e químicos de stress, aumentando os níveis de cortisol e adrenalina, enfraquecendo o nosso sistema imunitário. Este modus operandi, prolongado no tempo, torna-se nocivo.

Agora, quando alteramos o sinal enviado entre o coração e a “cabeça” para um ritmo uniforme e regular, um ritmo coerente, alteramos também as respostas já que toda a química se altera. A sabedoria está nas emoções que escolhemos criar e viver no nosso coração. Ao escolhermos, em consciência, o nosso corpo responde-nos através dos químicos libertados por essa mesma emoção.

Como nos servem as emoções generativas?

Indo ao encontro da resposta anterior, ajudam-nos a responder à vida desde quem somos e não desde quem nos disseram ou esperam que sejamos. Por outras palavras, ajudam-nos a responder à vida desde um lugar de presença e de amor incondicional.

Como gerar, nutrir e manter emoções generativas?

Através da prática da coerência cardíaca.

Ora, como a mais avançada ciência (sobretudo, no campo da física quântica, com estudos fidedignos muito interesantes) já demonstrou, vivemos num mundo constituído por campos eléctricos e magnéticos, nós próprios somos um campo, cada um de nós é um campo de energia e as emoções generativas passam através do mesmo, chegando aos demais. Cada campo é vibração e estas emoções, de elevada frequência, conectam com o campo electromagnético do Planeta. Tudo demonstrado e validado pela ciência, publicado em revistas científicas. Isto quer dizer que: quantos mais de nós praticarmos coerência cardíaca, acedendo e gerando emoções generativas, mais probabilidade de todos vivermos em paz e harmonia, existe!

O nosso coração é um centro de processamento de informação, que envia muito mais informação para o nosso cérebro (cognitivo) do que o contrário. É também constituído por inúmeros tipos de neurónios (cerca de 40 mil células especializadas chamadas neurites sensoriais), neurotransmissores e proteínas. Estas células possibilitam, tal como acontece no cérebro cognitivo, aprender, recordar, decidir e sentir de uma forma independente, e podemos também sintonizá-las. Os sinais enviados ao cérebro podem afetar as nossas experiências emocionais. Quando começamos a ter acesso a esta grande rede neuronal podemos mover a nossa atenção do pensamento analítico para o nosso coração. É caso para dizer, “vamos lá adicionar mais coração às nossas vidas, no nosso dia-a-dia, seja onde e quando for!”

O coração é o primeiro órgão do nosso corpo a ser formado, e tem um porquê.

Um alinhamento coerente entre o nosso coração, cérebro e emoções (‘heart and brain coherence’) conduz-nos a um novo caminho de percepção, de pensamento e de relacionamentos. A um novo patamar de consciência e vivência.

Quando praticamos coerência do coração experienciamos paz, quietude interior, bem diferente do ruído interior, que é normalmente gerado pela atividade mental e emocional desregulada.

Essa informação é gerada através dos nossos estados emocionais e é transmitida para todos aqueles que nos rodeiam, beneficiando a qualidade das relações com os nossos filhos e/ou com quem nos é mais próximo.

Na vivência da parentalidade (e vida) generativa existe o compromisso de cultivar e nutrir as emoções que nos regeneram, criando assim um estado de centramento, calma e harmonia. Mantermos emoções de elevada frequência, associadas à inteligência do coração, ajuda na tomada de decisões, a promover um impulso no nosso sistema imunitário, a promover também o nosso bem estar geral bem como a criatividade e resolução de problemas. Como dizia a minha querida Prof. Jorina Elbers, neurologista e Professora da Universidade de Stanford, “o coração é o centro do nosso Eu autêntico e da nossa melhor versão.”

Agora, podemos perguntar-nos: “como estou a alimentar o campo?”

E, da próxima vez que precisarmos de uma resposta para um desafio, para um dilema, também podemos colocar a mão no coração e perguntar:

– Coração, o que é que tu fazes agora?