Líbano denuncia ao Conselho de Segurança da ONU ataques de Israel
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Líbano instruiu hoje a missão permanente nas Nações Unidas a apresentar uma nova denúncia ao Conselho de Segurança da ONU sobre os "repetidos ataques israelitas" contra o exército libanês.
Num comunicado, o Governo libanês relembra que Beirute não intervém no conflito entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah e apela aos Estados membros para que "condenem os repetidos ataques israelitas contra o exército como uma violação flagrante do direito internacional, da Carta das Nações Unidas e das resoluções internacionais".
Beirute recordou também que, domingo, dois soldados libaneses foram mortos e três outros ficaram feridos num ataque israelita "a uma instalação militar na cidade de al-Mari", no sul do Líbano, elevando para 36 o número de soldados mortos desde o início da violência, há um ano.
O Líbano pede especificamente que seja respeitada a Resolução 1701 do Conselho de Segurança, que pôs fim à guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah, além de garantir a segurança e a estabilidade duradouras no sul do Líbano e em todo o país, que está a ser atacado por aviões israelitas desde o final de setembro.
Domingo, sob anonimato, fonte militar libanesa disse à agência noticiosa espanhola EFE que 35 dos 36 soldados foram mortos desde 23 de setembro, quando Israel iniciou a sua campanha de bombardeamento implacável contra diferentes partes do Líbano.
Dos 35 soldados, 13 foram mortos em serviço e 22 nas suas casas, na sequência de ataques aéreos israelitas contra prédios residenciais, indicou a fonte.
O Líbano já apresentou várias queixas ao Conselho de Segurança da ONU sobre os ataques de Israel ao país, numa altura em que a comunidade internacional apela cada vez mais à aplicação de um cessar-fogo para pôr fim à guerra.
Cerca de 3.500 pessoas foram mortas e mais de 1,2 milhões de outras foram obrigadas a fugir das suas casas desde o início da violência, segundo dados do governo libanês.