DNOTICIAS.PT
Madeira

PS quer canalizar "apoios ilegais" da Zona Franca para resolver problemas da habitação

None

Paulo Cafôfo defendeu, hoje, que os milhões de euros referentes aos apoios ilegais que foram concedidos às empresas da Zona Franca, que a Autoridade Tributária tem vindo a recuperar, sejam inteiramente canalizados para a construção e reabilitação de casas e apoios ao arrendamento. Essa pretensão já tinha sido avançada pelo DIÁRIO na sua edição impressa de ontem.

O presidente do PS-Madeira, numa visita à  empreitada de construção de 54 fogos com verbas do PRR, em São Gonçalo que se encontra parada, alertou para aquele que considera ser o grande problema actual da Região, a habitação. O líder socialista deu conta de que mais de 4.000 pessoas encontram-se em listas de espera para apoios habitacionais e de que, devido aos altos preços do mercado, a classe média e os jovens estão impossibilitados de comprar e arrendar casa.

Paulo Cafôfo disse que este Governo Regional “caduco” tem sido incapaz de implementar as soluções necessárias, destacando que aquilo que tem sido feito deve-se somente às verbas do PRR "conseguidas pelo Governo do PS de António Costa, que foram duplicadas para a Região".

O PS quer ser governo na Região, afirmando ter as soluções para este e outros problemas que afectam os madeirenses. Cafôfo deu conta de que a Autoridade Tributária já conseguiu recuperar 66 milhões de euros de um total de 839 milhões de apoios ilegais que foram atribuídos a empresas da Zona Franca entre 2009 e 2022. Por isso, considera que "estas receitas, que não estavam previstas, devem ser canalizadas na sua totalidade para a habitação, seja para a construção de nova habitação, seja para o apoio ao arrendamento ou para a reabilitação de casas”. Esta é, como vincou, uma boa ideia de como encontrar financiamento para o sector, visto que “aquilo que tem sido feito não chega para resolver os problemas”.

Por outro lado, o presidente do PS-M acusou o Governo Regional de não ser capaz de concretizar aquilo que prometeu, mesmo quando o dinheiro do PRR lhe “caiu no colo”. “Foram prometidos 1.121 fogos de habitação, mas agora já são só 805”, adiantou, criticando também o facto de a construção dos 54 fogos habitacionais em São Gonçalo estar parada por desentendimentos entre o construtor e o Executivo madeirense. “Estes fogos deviam ter sido entregues em setembro e não foram. Portanto, nem os 805 nós achamos que vão ser capazes de concretizar”, vaticinou.

Paulo Cafôfo chamou a atenção para a necessidade de serem encontradas soluções e alertou que um Governo serve para servir as pessoas e não para servir-se a si mesmo. “Aquilo que temos visto com os casos judiciais é que este Governo tem-se servido a si mesmo e não tem servido as pessoas. Com o PS, serão estabelecidas prioridades para a resolução dos problemas e a habitação é, claramente, a grande prioridade que teremos enquanto Governo desta Região”, assegurou.