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Crónicas

O Turismo e as tendências para 2025

A Inteligência Artificial. Ela faz parte (cada vez mais) das nossas vidas e veio definitivamente para ficar

O ano começa a aproximar-se a passos largos do seu final e os balanços respetivos a 2024 estão por esta altura mais do que feitos. Seja em que área for é tempo de perceber o que correu bem ou menos bem, os pontos que há a corrigir e as perspectivas para o próximo ser melhor. Esse é sempre o objectivo de cada negócio e no Turismo não é exceção. O intuito é escalar o mais possível a curva de crescimento dentro de um intervalo que permita um equilíbrio entre a excelência do serviço entregue ao cliente e um aumento na receita. Na hotelaria em específico olha-se com particular atenção para uma métrica designada por RevPAR (Revenue Per Available Room) que em português mais não é do que a receita por quarto disponível. Começam por isso a sair, das mais diversas instituições públicas e privadas, relatórios que nos permitem estudar e avaliar os principais mercados emissores e os que vão num crescendo de preponderância mas também a análise detalhada daquilo que vão sendo as tendências para os próximos anos e que permitem aos profissionais da área tomar decisões mais aconselhadas.

O próximo ano traz-nos por isso uma variável recente que não sendo nova promete explodir com o atual panorama sistémico a nível global. A Inteligência Artificial. Ela faz parte (cada vez mais) das nossas vidas e veio definitivamente para ficar alterando formas de estar e de olhar para momentos e definições de planeamento seja nos próprios destinos como na forma consolidada como olhamos para cada um deles. Com base nos nossos gostos e preferencias, é hoje possível desenhar um roteiro à nossa medida, desde o ponto de partida à chegada, passando pela escolha dos restaurantes, hotéis, locais a visitar e meios de transporte. É por isso fundamental olhar para o turista presente como alguém cada vez mais conectado ao digital, exigente e multifacetado que procura condensar o máximo de experiência tornando as viagens dinâmicas, permanentemente mutáveis e cada vez mais imprevisíveis. Uma mistura entre cultura e história com novas tendências e desafios, que no mesmo percurso pode perfeitamente desejar uma prova de vinhos, um ginásio “à mão” e uma aula de pilates. Certo é que o bem estar, os temas da consciência social e a preservação do meio ambiente são fatores que entram decisivamente na tomada de decisão.

Por conta das novas tecnologias e da digitalização do trabalho são cada vez mais os viajantes que trabalham no decurso das suas deslocações ao estrangeiro e que procuram por isso boas condições para esse efeito e uma internet de excelência. Se olharmos para os resultados dos últimos anos podemos constatar que é tido em consideração um qualquer evento que queiram assistir, seja desportivo, musical ou outro e uma crescente procura por retiros, estadias que privilegiem o bem estar e a espiritualidade mas também a personalização do serviço. Hoje já não vamos só a um país para ver os monumentos históricos ou para viver um pouco das marcas do passado, muitos querem trabalhar o seu desenvolvimento pessoal e o seu lado mais emocional mas também o turismo de saúde vai sendo cada vez mais procurado seja pelo maior poder de compra ou de insuficientes condições nos seus países de origem.

Em 2025 o país que “todos” querem visitar é o Japão. Esta intenção, que já existia, transforma-se agora numa realidade possível sobretudo devido à queda do Iene (moeda local). Por cá, o que todos os relatórios indicam é um continuado crescimento do alojamento local e uma adaptação cada vez mais premente das unidades hoteleiras nos temas ecológicos mas também na oferta de experiências complementares. Somos cada vez mais procurados no segmento “Saúde e Bem-Estar” e esta tendência irá manter-se no ano que está prestes a começar. As ilhas da Madeira e dos Açores voltam por isso e sem surpresa a aparecer no pico da procura mas também as grandes cidades como Lisboa e Porto deverão registar um ligeiro aumento. Talvez seja tempo de desenvolvermos uma estratégia a médio prazo para aumentar a qualidade dos nossos visitantes e uma visão que nos permita ter mais com menos procurando alguns nichos que por norma estão mais disponíveis para criar valor no destino.