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A ilha das taxinhas

Depois de anos a insistir na fórmula do “gratuito, porque de outra forma seria destruir o turismo”, o Governo Regional da Madeira na sequência – espera-se – de estudos sérios e de experiências no Cabo Girão e a Ponta de São Lourenço, decidiu estender o programa das levadas pagas a todo o sistema.

Eu não sou contra o conceito do utilizador-pagador. Antes pelo contrário. Mas é preciso que as coisas sejam feitas – agora sim – com calma e ponderação, de forma a não estragar o turismo da Madeira.

Porque os prazos do turismo da Madeira (isto é, do Governo Regional…) não são os do turismo como actividade… não faz sentido impor o pagamento de taxas a um prazo inferior a pelo menos um ano, porque é nesse tipo de prazos que se faz a contratação de um destino. Impor novas taxxxxas para percursos pela Madeira a começar num horizonte vai por os operadores regionais, primeiro, a rir à gargalhada, pela falta de noção da administração regional, e segundo, a chorar, pelo estrangulamento desnecessário das suas margens.

Como é que decisões desta natureza são tomadas sem ter em conta os timings e ciclos operacionais do turismo?

Como é que são tomadas medidas desta natureza sem discutir o assunto com as empresas que operam no sector… e com os operacionais do sector, que cruzam a ilha todos os dias?

Como é que são tomadas medidas desta natureza sem resolver todos os outros problemas existentes… como por exemplo, falta de casas de banho, ou mal mantidas/limpas? Ou limpeza e manutenção dos percursos propriamente ditos?

Como é que se cobra por um percurso sujo, mal mantido, perigoso e sobrecarregado?

E finalmente… cobrando pela utilização destes percursos… teria toda a lógica tornar o processo tão simples quanto possível… porquê inventar apps em lugares que nem cobertura telefónica têm? Não seria mais simples vender um cartão com datas em vez de se pôr a inventar?