PS critica o PSD, CDS e Chega por 'chumbo' de proposta de auditoria aos Governos de Albuquerque
Como é possível haver partidos que apregoam a defesa da transparência e o combate à corrupção e que, à primeira oportunidade, agem em sentido contrário e chumbam as propostas que visam, precisamente, escrutinar e fiscalizar a ação governativa e a forma como são usados os dinheiros dos madeirenses? Paulo Cafôfo
Foi desta forma, que o presidente do PS-Madeira reagiu ao facto de, hoje, na Assembleia Legislativa, o PSD e o CDS terem votado contra e o Chega ter-se abstido na votação de um projecto de resolução apresentado pelos socialistas, que visava a realização de uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC) à gestão dos Governos liderados por Miguel Albuquerque.
“Fica à vista de todos quem são aqueles que, a todo o custo, ainda tentam dar a mão a este Governo moribundo, mais de metade do qual se encontra a braços com a Justiça, por suspeitas de corrupção e outros actos ilícitos”, criticou Paulo Cafôfo, citado em nota de imprensa.
O líder dos socialistas clarifica que a proposta em causa previa "a auditoria a vários actos, entre os quais aos contratos de prestação de serviços de valor inferior a 950 mil euros, às parcerias público-privadas (Vialitoral e ViaExpresso), aos acordos extrajudiciais celebrados no âmbito de processos que tenham decorrido em tribunal, às autorizações de entrada de prestações acessórias pecuniárias às Sociedades de Desenvolvimento e aos contratos-programa com várias instituições, nomeadamente as Casas do Povo.
O PS defende igualmente auditorias "a todos os aspectos relativos à execução dos contratos de empreitadas de obras públicas, celebrados entre o Governo Regional e entidades do sector privado, com valor superior a 750 mil euros, às contas da TIIM - Transportes Integrados e Intermodais da Madeira, da StartUp Madeira, da PATRIRAM - Titularidade e Gestão de Património Público Regional, S.A, do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira e da IHM - Investimentos Habitacionais da Madeira".
Cafôfo endureceu, sobretudo, as críticas ao Chega, que diz ter uma "postura ziguezagueante" e de “vira-casacas” e lembra, a propósito, que "o próprio Chega havia dado entrada no Parlamento a uma proposta semelhante, para a realização de uma auditoria do TdC à gestão dos governos de Albuquerque, mas acabou por retirá-la antes da sua discussão".
“Tudo isto só prova que abandonou os seus princípios, que está de braço dado com o PSD e o CDS e que quer manter este regime envolto em opacidade, em prejuízo dos interesses dos madeirenses e porto-santenses”, conclui o presidente do PS-M, considerando que "até a apresentação da moção de censura saiu ao lado do pretendido pelo Chega".
“Pensavam que iam condicionar o sentido de voto do PS e, aos olhos dos madeirenses, tentar fazer um número de circo para que tudo continuasse na mesma, mas saiu-lhes o tiro pela culatra, porque nós não iremos segurar o Governo de Miguel Albuquerque”, vincou Paulo Cafôfo.