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Turismo Madeira

Rendimento por quarto acima dos 100 euros pelo 3.º mês seguido

Alojamento turístico na RAM atinge desde Janeiro até Setembro mais de 575 milhões de euros de proveito

Foto Shutterstock
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O alojamento turístico na Região Autónoma da Madeira que registou a entrada de 204,8 mil hóspedes no mês de Setembro de 2024, com as dormidas a ultrapassarem as 1.090,3 mil, traduzindo variações homólogas positivas de 5,4% e 4,3%, respectivamente", conseguiram superar em três e quase quatro vezes os proveitos totais e os proveitos de aposento respectivamente, muito por força de um rendimento por quarto disponível que pelo terceiro mês consecutivo ultrapassou a fasquia dos 100 euros. Aliás, até este ano, apenas Agosto de 2023 tinha atingido essa meta.

De acordo com a Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM), "o segmento da hotelaria concentrou 69,4% das dormidas (756,9 mil), observando uma quebra de 1,4% em termos homólogos, enquanto o alojamento local (28,2% do total) e o turismo no espaço rural (2,4% do total) aumentaram 21,5% e 7,3%, pela mesma ordem", mas é nos hotéis que se assiste ao maior contributo para um RevPAR nunca antes visto.

"Para efeitos de comparabilidade com os dados divulgados pelo INE, é necessário excluir o alojamento local com menos de 10 camas, sendo que, segundo esta lógica de apuramento de resultados, as dormidas do alojamento turístico registaram um ligeiro acréscimo homólogo de 0,1%, variação inferior à verificada a nível nacional (+2,4%)", repete o que afirmara no final de Outubro na divulgação preliminar destes resultados.

Então olhemos, primeiro, à "taxa líquida de ocupação-cama do alojamento turístico, no mês em referência", que "foi de 73,9%, valor ligeiramente inferior (-0,1 p.p.) ao observado no mês homólogo. Por sua vez, a taxa de ocupação-quarto atingiu os 84,3% (85,8% em Setembro de 2023)". E acrescenta: "No mês de Setembro de 2024, a estada média no conjunto do alojamento turístico registou uma ligeira diminuição relativamente ao mesmo mês do ano anterior (4,78 noites), fixando-se nas 4,75 noites. Os valores mais altos continuam a ser observados na hotelaria, com uma média de 4,83 noites, seguida do alojamento local (4,69 noites) e do turismo no espaço local (3,52 noites)."

Diz ainda a DREM que "os 10 principais mercados emissores representaram 83,6% do total das dormidas registadas em setembro de 2024. Destacou-se, com um peso superior e uma variação positiva, a Alemanha (20,3% do total; +3,0% face a setembro de 2023), enquanto o Reino Unido (18,5%) registou uma quebra de 4,8%, em comparação com Setembro de 2023. O mercado português surge em terceiro lugar (15,5% do total), com um crescimento homólogo de 1,1%. Na quarta posição, considerando o peso no total de dormidas, encontra-se o mercado francês (7,8% do total; +17,5% face a setembro de 2023), seguido pela Polónia (6,2%; +12,3%) e pelos Países Baixos (4,7%; +21,0%)", sinaliza.

Por esta procura, "os proveitos totais e os de aposento, em Setembro de 2024, apresentaram crescimentos homólogos de 15,1% e de 17,9%, respectivamente, fixando-se, pela mesma ordem, nos 75,8 milhões de euros e nos 54,9 milhões de euros". Ou seja, as as entradas de hóspedes e as dormidas aumentaram 5,4% e 4,3%, mas os proveitos totais e de aposentam triplicaram ou quase quadruplicaram o crescimento, sinal que os preços estão em alta.

"No País, no mês em referência, as variações homólogas foram igualmente positivas, tanto nos proveitos totais (+12,0%), como nos de aposento (+12,7%). Em termos acumulados, as variações, na Região, foram de 13,6% e 14,4%, respectivamente", frisa a DREM.

Antes de nos voltarmos para o acumulado do ano, estes bons resultados derivam num rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) que "rondou os 101,52 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), +16,1% que no mesmo mês do ano precedente. Por sua vez, o rendimento médio por quarto utilizado (ADR) no alojamento turístico passou de 101,84€, em Setembro de 2023, para 120,37€, em Setembro de 2024 (+18,2% de variação homóloga)", ou seja ainda mais reforçado.

Assim, dos "valores acumulados dos hóspedes entrados, para o período de Janeiro a Setembro de 2024 (1.706,6 mil; +5,6% que no mesmo período de 2023), evidenciam igualmente um crescimento, o mesmo sucedendo com as dormidas, que se aproximaram dos 9,0 milhões (+6,2% que no mesmo período de 2023)".

"Em termos acumulados (de Janeiro a Setembro de 2024), os dois principais mercados emissores registaram variações homólogas nas dormidas com diferentes sentidos, sendo o mercado alemão aquele que revelou o aumento mais expressivo, de +4,8%, enquanto o mercado britânico registou uma ligeira quebra de 0,1%. Já o mercado de residentes em Portugal (terceiro principal mercado) apresentou uma variação negativa de 2,4% no mesmo período", resume.

Quanto ao RevPAR neste ano já vai em "85,45 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), o que representa um aumento de 11,7% em relação ao período homólogo. No sector da hotelaria, o RevPAR foi de 91,96 euros (+12,9%). Quanto ao ADR, os valores foram mais elevados, totalizando 110,33 euros no conjunto do alojamento turístico (+12,5% face ao período homólogo) e 114,49 euros na hotelaria (+13,3%)", frisa.

Isto tudo resulta num proveito total recorde a esta altura, faltando três meses para contabilizar, mas que atinge já mais de 575 milhões de euros, 412 milhões dos quais de aposento.

Golfe na Região cresceu 8,9%

A DREM também dá conta de um segmento associado ao turismo, expresso no Inquérito aos Campos de Golfe, que "revela que, de Janeiro a Setembro de 2024, foram realizadas de 55.201 voltas nos três campos de golfe da RAM (+8,9% que no período homólogo). Esta atividade gerou cerca de 2,9 milhões de euros de receitas. Destaca-se que 72,3% das voltas foram realizadas por não sócios, oriundos na sua maioria dos Países Nórdicos, Alemanha e Reino Unido. Do total de voltas, 58,3% foram vendidas por estabelecimentos hoteleiros e afins, 29,3% pelos próprios campos de golfe e os restantes 12,4% foram transacionados por operadores turísticos", resume.

386 mil passageiros em trânsito nos navios

Também ligado ao turismo, mas quase sempre apenas de passagem por poucas horas, "de acordo com os dados fornecidos pela Administração dos Portos da RAM, nos primeiros nove meses, atracaram 161 navios de cruzeiro nos portos da RAM, transportando um total de 386.057 passageiros em trânsito, o que representa um aumento de 5,3% em relação ao período homólogo. No entanto, o número de escalas registadas, no mesmo período, diminuiu 4,2%, correspondendo a menos 7 navios de cruzeiro nos portos da RAM", conclui.