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ONU defende cinco prioridades em África contra as alterações climáticas

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FOTO IGOR KOVALENKO/EPA

O secretário executivo da Comissão das Nações Unidas para África (UNECA) defendeu hoje cinco prioridades políticas para os países africanos enfrentarem as alterações climáticas, que eliminam 5% do PIB de África todos os anos.

"A realidade diária está cada vez pior para África, onde as economias perdem até 5% do Produto Interno Bruto (PIB), em média, todos os anos devido a disrupções causadas pelas alterações climáticas", disse Claver Gatete na sua intervenção na 29.ª Conferência das Nac¸o~es Unidas sobre Alterações Clima´ticas (COP29).

Intervindo no âmbito do Dia de África, que hoje se assinala, Gatete defendeu que apesar de os países africanos precisarem de financiamento "acessível, previsível e adequado", a verdade é que "a estrutura do financiamento climático atual continua a perpetuar as desigualdades", em parte porque "o financiamento é entregue na forma de empréstimos, e não subvenções, o que aumenta os já elevados níveis de dívida em África".

Para os países africanos, a solução estará na adoção de cinco prioridades para tornar o continente mais resilientes às alterações climáticas e no rumo certo para o desenvolvimento económico sustentável.

Entre elas, Gatete elencou o aproveitamento dos minerais críticos para fomentar a transformação económica verde, a utilização dos mecanismos financeiros que permitem capitalizar a captura de carbono no continente e o estabelecimento de uma Nova Meta Coletiva Quantificada em termos de financiamento, cujas necessidades a UNECA estima serem de 1,3 biliões de dólares, à volta de 1,2 biliões de euros, para África.

Para além disso, o secretário executivo da UNECA defendeu a aceleração da transição energética no continente e a imperiosidade de "uma ação urgente e decisiva para limitar as emissões de gases com efeito de estufa e evitar os impactos irreversíveis das alterações climáticas".

África, concluiu, "está determinada em fazer a sua parte, mas é preciso que os parceiros globais igualem este compromisso com apoio concreto, porque os adiamentos aumentam os riscos para todos nós".

A COP29 iniciou-se em Baku, no Azerbaijão, no dia 11 e vai decorrer até ao dia 22 de novembro, tendo como grande tema de fundo as negociações sobre um acordo global em torno do financiamento do combate às alterações climáticas.