Economia regional voltou a acelerar em Agosto mas muito ligeiramente
IRAE está há 41 meses consecutivos no 'verde'
O Indicador Regional de Actividade Económica (IRAE) no mês de Agosto de 2024 revela que "a actividade económica regional inverteu a trajetória de abrandamento do crescimento, registando uma aceleração marginal face ao mês anterior", cerca de 0,1 pontos percentuais para ser mais preciso, de 0,9% para 1,0%.
"Como a DREM referiu na primeira divulgação do IRAE, em Outubro de 2017, o objetivo do mesmo é 'sinalizar o comportamento da atividade económica, nomeadamente no que se refere à sua direção e magnitude das flutuações: se esta se encontra em terreno positivo ou negativo, as acelerações, desacelerações e a identificação de pontos de viragem'", explica na nota a propósito. "O seu valor quantitativo, assume por isso uma importância secundária, não se apresentando o mesmo como um substituto da variação real do Produto Interno Bruto, a ser apurada com um conjunto mais variado e completo de informação estatística, muito embora haja uma forte correlação entre as duas variáveis".
Assim, a análise da situação económica da RAM em Agosto de 2024 é explicada em 7 tópicos, "indicadores de curto prazo, divididos em temas, chamando-se à atenção que muitas das variações mencionadas estão em médias móveis de três meses, uma técnica comum nos boletins de conjuntura, para suavizar as irregularidades e mostrar a tendência".
Actividade Económica
"Como mencionado anteriormente, a atividade económica regional, em agosto de 2024, manteve a trajetória positiva de crescimento, registando uma aceleração marginal face ao mês anterior.
O desempenho do setor de turismo contribuiu para o crescimento económico, uma vez que as dormidas (excluindo o alojamento local abaixo de 10 camas) aumentaram 1,5%, em agosto de 2024 (3,5% em julho anterior). De notar ainda que os proveitos totais no alojamento turístico observaram um incremento de 13,6%, inferior ao do mês precedente (16,5%).
A emissão de energia elétrica, um indicador normalmente associado à evolução da atividade económica, cresceu 1,1%, em agosto de 2024 (1,6% no mês anterior). A introdução no consumo de gasóleo decresceu 0,4%, após um aumento 0,2% em julho último.
Analisando a relação entre as sociedades constituídas e dissolvidas, verifica-se que, em agosto de 2024, foram criadas 2,3 novas sociedades por cada sociedade dissolvida na Região, uma proporção inferior à registada no mês anterior (2,7)."
Indicadores Qualitativos
"Os indicadores de confiança disponíveis para agosto de 2024, em comparação com o mês anterior, revelam aumentos nos setores do comércio e da indústria transformadora, e diminuições nos setores dos serviços e da construção e obras públicas."
Consumo Privado
"Um dos indicadores que reflete a evolução do consumo privado é o montante movimentado nas operações na rede SIBS com cartões emitidos por bancos nacionais. Analisando o total de levantamentos em caixas multibanco e as compras realizadas com cartões nacionais em terminais de pagamento automático, verificou-se um crescimento de 5,7%, em agosto de 2024, ligeiramente abaixo dos 6,4% registados no mês anterior. O consumo de gasolina abrandou ligeiramente, registando um aumento de 10,5%, em agosto de 2024, face aos 12,0% de julho deste ano. Por outro lado, as aquisições de automóveis ligeiros de passageiros por residentes aceleraram 5,1%, após o crescimento de 2,0% verificado no mês anterior. O saldo dos empréstimos ao consumo concedidos a famílias e instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias diminuiu 11,8%, em agosto de 2024, após a quebra de 12,4% no mês precedente."
Investimento
"No que diz respeito ao investimento, os indicadores de agosto de 2024 dividem-se em dois grupos: os que apresentam um sinal positivo, como a avaliação bancária de habitação, que cresceu 15,9% (em comparação com os 17,1% do mês anterior), o saldo dos empréstimos concedidos às famílias para habitação, que aumentou 1,2% (face aos 0,7% em julho anterior), e a comercialização de cimento, que registou um crescimento de 9,8%, após um aumento de 11,3% em julho de 2024. Por outro lado, existem indicadores em queda, como as vendas de automóveis ligeiros de mercadorias, que diminuíram 17,6% (-40,2% no mês anterior), o saldo dos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras, que recuou 7,7% (-6,9% em julho de 2024) e o licenciamento de edifícios, que sofreu uma diminuição de 35,0% (-13,7% no mês precedente)."
Procura Externa
"Embora o comércio com o estrangeiro represente apenas uma pequena parcela do comércio global realizado pela Região (a maior parte do qual é com o Continente), é importante assinalar que tanto as exportações (23,7%; 12,8% em julho anterior), como as importações de bens cresceram (3,6%; 0,6% no mês anterior) aumentaram em agosto do corrente ano. O movimento de mercadorias nos portos (7,1%; -1,8% no mês anterior), que é um indicador mais abrangente em relação à dinâmica do comércio externo, cresceu face ao mês anterior. Já noutros indicadores, em agosto de 2024, observa-se que o ligeiro abrandamento do crescimento no movimento de passageiros nos aeroportos (5,1%; 6,5% em julho último) está em linha com a evolução do total de levantamentos em caixas multibanco e compras por meio de terminais de pagamento automático com cartões internacionais (19,2%; 19,7% no mês precedente)."
Mercado de Trabalho
"Os dados provenientes dos organismos que tutelam a área do Emprego no País e na Região mostram que, em agosto de 2024, houve uma redução nas ofertas de emprego (-18,2%) e um aumento tanto nos pedidos de emprego (6,6%), como no número de desempregados inscritos ao longo do mês (6,3%)."
Preços
"Em agosto de 2024, a taxa de inflação homóloga, que se fixou em 3,5%, desacelerou face ao mês anterior (3,9%), sendo menor nos Bens (1,5%) e maior nos Serviços (5,9%). A inflação subjacente (que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos) foi de 4,4%, abaixo dos 4,2% registados em julho precedente."