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Madeira

Paulo Rio nem 'aqueceu' cargo no estabelecimento prisional do Funchal

Paulo Rio à esquerda do Representante da República, Ireneu Barreto, e do histórico responsável pelo EPF, Fernando Santos.   Foto Arquivo
Paulo Rio à esquerda do Representante da República, Ireneu Barreto, e do histórico responsável pelo EPF, Fernando Santos.   Foto Arquivo

Na sequência da nomeação do director do estabelecimento prisional de Coimbra, Orlando Carvalho, para novo director-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, este terá como adjunto Paulo Rio, até agora director do estabelecimento prisional do Funchal. A notícia foi dada ontem pela Lusa, que explica o processo, sendo que o director esteve no cargo cerca de um ano.

Novo director da cadeia do Funchal ainda aguarda nomeação

O novo director do Estabelecimento Prisional do Funchal, Paulo Rio, foi recebido, esta tarde, no Palácio de São Loureço, pelo representante da República para a Madeira. Tratou-se de uma audiência para apresentação de cumprimentos, na qual também marcou presença o anterior responsável da cadeia, Fernando Santos.

O anúncio foi feito ontem (quarta-feira) pela ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, que está a ser ouvida no parlamento no âmbito da discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2025.

Isabel Leitão, que assumiu a liderança da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) volta às suas funções iniciais, adiantou a ministra, que deixou um agradecimento público "pelo esforço que fez" nestas funções.

Paulo Rio vai ser subdiretor geral com o pelouro das prisões e Isabel Leitão regressa às funções de subdiretora com o pelouro administrativo e financeiro.

O início de funções dos novos responsáveis aguarda a oficialização das nomeações, sendo que a do diretor-geral depende de um despacho conjunto do primeiro-ministro e da ministra da Justiça, esclareceu o gabinete de Rita Alarcão Júdice.

A ministra da Justiça adiantou um dos temas já discutido com o novo diretor-geral das prisões, na sequência de uma questão colocada por um deputado do Chega, que confrontou a ministra com imagens tornadas públicas relativas ao arremesso de droga do exterior para o interior do estabelecimento prisional do Montijo.

Rita Alarcão Júdice admitiu terem que ser reforçados mecanismos de segurança e a propósito de outra questão, admitiu já ter discutido com Orlando Carvalho a possibilidade de serem utilizados bloqueadores de sinal móvel.

"Há medidas em curso, tem que ser reforçados os mecanismos e alguém perguntava há pouco se teríamos algum problema com inibidores [de sinal]. Não, não tenho problema nenhum. Zero. É um dos temas que aliás já falámos com o futuro diretor-geral e será uma das matérias que estará em cima da mesa e que admito que possa resultar também da auditoria de segurança que fizemos", disse a governante.

Orlando Carvalho tem 64 anos, nasceu em Anadia em 1960 e licenciou-se em Serviço Social pelo Instituto Superior de Serviço Social de Coimbra, em 1984. Tem uma pós-graduação em Criminologia pela Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto, em 1994.

Exerce funções como diretor do Estabelecimento Prisional de Coimbra desde agosto de 2013. Anteriormente tinha passado pelos estabelecimentos prisionais de Vale de Judeus e Aveiro.

Paulo Rio tem 57 anos, nasceu em Lisboa em 1966 e é licenciado em Direito pela Universidade Internacional desde 2000. Tem uma pós-graduação em Criminalização Terciária e Intervenção Juspsicológica, pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em 2007 e a frequência do Curso de Mestrado em Medicina Legal e Ciências Forenses, pela Delegação de Lisboa do Instituto de Medicina Legal, 2008-2009.

Antes de ser diretor da prisão do Funchal, foi diretor do estabelecimento prisional de Ponta Delgada, nos Açores, e antes disso das cadeias de Angra de Heroísmo e da Cadeia de Apoio da Horta, também nos Açores.

Foi também diretor dos centros educativos Padre António de Oliveira (Caxias, Lisboa), da Madeira e Navarro de Paiva (Lisboa). Antes disso exerceu funções como técnico de reinserção social.

A fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale de Judeus em setembro levou à demissão do então diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais Rui Abrunhosa Gonçalves, que apresentou pedido à ministra da Justiça, sendo substituído interinamente por Isabel Leitão, até então sub-diretora daquela direção-geral, funções a que agora regressa.

A fuga de Vale de Judeus levou também à substituição do diretor desse estabelecimento prisional, agora dirigido por Carlos Moreira, antigo diretor da Carregueira.