Denúncias anónimas e poder democrático
Não sei quantos seremos, mas que importa?! Um só que fosse, e já valia a pena. Aqui, no mundo, alguém que se condena A não ser conivente Na farsa do presente Posta em cena! MIGUEL TORGA
O que significa a democracia? Possibilidade, pela Liberdade e pelas inerentes Responsabilidade e Responsabilização, de se assumirem ideias, crenças e posições!
Noutro plano, que significado tem o anonimato?
Fundamentalmente, ocultação! Exatamente o contrário, portanto, da assunção livre e clara.
Qual silogismo e por arrastamento, o oposto da liberdade, da responsabilidade e da responsabilização.
Nomeadamente pela impossibilidade de alguém ser confrontado e responsabilizado (porventura até condenado) pelo que diz a coberto do anonimato, assim podendo atentar contra quem entender.
Em especial e percebe-se pelos exemplos recentes no país e na Madeira, no plano político.
Neste contexto, o que devem fazer os políticos investidos em funções e a quem se atribuem, anonimamente repete-se, práticas impróprias dos cargos que ocupam.
A minha posição é simples.
Percebido que há atentados contra a democracia (porque contra a igualdade de todos perante a lei), pela impossibilidade de responsabilização de quem faz, anonimamente, acusações contra quem quer que seja, defendo que nem o Estado nem nenhum dos seus órgãos deveria agir nessa circunstância, sob pena de transformarmos a democracia numa farsa, em que hoje são uns, anonimamente, a acusar outros …e, amanhã, o contrário, bloqueando-se assim qualquer possibilidade de governação séria e de médio/longo prazo, e retirando-se a credibilidade a todos (todos, sublinho) os políticos.
Dito isto, a minha posição volta a ser simples. Se os políticos, anonimamente acusados, estiverem de consciência tranquila, mantenham-se em funções! Em bom madeirense, “mai nada”.
E se, por mero acaso, como parece ser o que a oposição deseja (hoje a Madeirense, ontem e amanhã outra de qualquer outra geografia nacional) é perverter, deste modo, o regime, só há uma solução para a sua salvaguarda. Novas eleições!
E que ninguém se esconda por trás de outras alternativas.
Porque e como homem do desporto que sempre me prezei também de ser, não se queira, por meios ínvios, subverter os resultados decididos pela escolha do povo. Não há quatro anos, mas por 2 vezes em 8 meses: uma a 24 de setembro de 2023 e a última a 26 de maio de 2024.
Dito isto, sabendo dos contratempos decorrentes para a sociedade Madeirense, mas não aceitando, como diz Torga, “a farsa do presente posta em cena”, enquanto militante do PSD Madeira, será esta a posição que desejo que o meu partido assuma.
Em nome do que entendo que é o pilar determinante dum regime democrático: a responsabilização de todos e de cada um, e não a sonegação formal da mesma, consubstanciada na aceitação da denúncia anónima, circunstância que nos remete para os períodos mais negros da nossa história. Os da Inquisição e do Colonial-Fascismo, em que a bufice era a palavra de ordem!