Rússia adverte que alterações climáticas não justificam discriminação
O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, defendeu hoje que as alterações climáticas não podem ser usadas como pretexto para a discriminação, concorrência desleal e restrições artificiais, ao discursar na cimeira do clima (COP29) que acontece em Baku, Azerbaijão.
"O problema do aquecimento global não pode ser utilizado como pretexto para a discriminação, a concorrência desleal e a implementação de restrições artificiais", afirmou.
O chefe do Governo russo sublinhou a importância de a transição para a geração de energia com baixas emissões ocorrer "sem prejudicar o desenvolvimento dos países com baixos níveis de rendimento".
"A Rússia continua empenhada nos objetivos do desenvolvimento de baixo carbono. Estamos a melhorar a nossa legislação. Prestamos assistência aos países vulneráveis no domínio climático", acrescentou Mishustin, cujo país é um dos principais produtores mundiais de combustíveis fósseis.
O político russo salientou que o seu país conseguiu reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em mais da metade, em comparação com os níveis de 1990.
"Até 2060 planeamos alcançar a neutralidade carbónica. Concentrámo-nos no aumento da eficiência energética, no desenvolvimento do transporte elétrico e na introdução de soluções modernas na agricultura e na silvicultura", disse Mishustin.
O primeiro-ministro russo defendeu a criação de "mecanismos práticos" para a implementação de acordos internacionais e a criação de um sistema único de avaliação da qualidade dos projetos climáticos.
Mishustin sublinhou a necessidade de cooperação entre as comunidades científicas, sublinhando que "a investigação nacional é capaz de completar e especificar dados sobre as alterações climáticas globais para adotar medidas eficazes de descarbonização".