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Funchal recebe 1.º Colóquio de Literatura Madeirense

De 31 de Março a 2 de Abril de 2025, associa-se às comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, acolhendo com interesse comunicações de autores madeirenses sobre o mesmo

Foto Shutterstock
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Entre 31 de Março e 2 de Abril de 2025, a Direção Regional dos Arquivos, das Bibliotecas e do Livro (DRABL) e o Departamento de Cultura da Câmara Municipal do Funchal (CMF), em parceria, promovem, no Funchal (Teatro Municipal de Baltazar Dias e Arquivo e Biblioteca da Madeira), o I Colóquio Literatura Madeirense que, "como o nome indica, toma esta literatura como objeto de estudo, de discussão crítica e de divulgação, convidando a (re)pensá-la quer enquanto repertório textual que pode ser reconhecido como madeirense (repertório que, em alguns casos, já se encontra patrimonializado); quer enquanto sistema literário autónomo, mas inscrito nos (polis)sistemas literários nacional e internacional lusófono", informa uma nota de apresentação.

De acordo com a mesma nota, "na verdade, trata-se de uma literatura que, apesar de insular e de ao longo do século XX ter sido fortemente dominada pelo regionalismo literário (como, de resto, aconteceu em outras comunidades regionais em processo de afirmação/legitimação política e identitária), não viveu/vive arredada da República Mundial das Letras (e das outras artes), para recuperarmos, aqui, o conceito de Pascale Casanova, numa obra em que se ocupou de, entre outras questões, a condição de perifericidade das designadas literaturas menores, na relação que estas mantêm com outras literaturas consideradas maiores (porque detentoras de maior poder e protagonismo) no contexto literário e cultural internacional", realça.  

Assim, pretende-se "um olhar retrospetivo atento, com um enfoque de conjunto e no longo prazo, permite-nos reconhecer, na Madeira, uma histórica convivência entre diversas abordagens ao fenómeno literário (tendências por vezes conflituantes e não alheias aos contextos histórico-culturais em que se inscrevem), que oscilam entre um maior autocentramento nas realidades e problemáticas do arquipélago, privilegiadas, nestes casos, como universos referenciais e como temáticas literárias nucleares; e uma reflexão autocrítica (estética, conceptual, temática, político-cultural) que procura o diálogo, a colaboração, mas também o afastamento e a questionação com o sistema literário nacional, assim como com outras literaturas e outros discursos artísticos". E, deste modo, é com "abordagens plurais que o I Colóquio Literatura Madeirense convida a (re)descobrir, suscitando sobre elas novos debates e uma mais ampla divulgação, de modo a contribuir para a construção de um conhecimento mais profundo e atualizado do sistema literário insular".

"Entre os muitos temas e questões que o estudo deste sistema literário pode suscitar (alguns dos quais, abaixo, deixamos como sugestões não exclusivas de tópicos a abordar)", este evento "acolherá com interesse propostas que privilegiem o diálogo de autores madeirenses com Camões". Deste modo, "o colóquio pretende associar-se às comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, autor cuja obra, desde o século XV, também constituiu uma referência para autores madeirenses, numa dinâmica que passou pela imitação/replicação, mas também pela questionação e atualização de formas, géneros e temáticas reconhecidos como camonianos", frisa.

As propostas de comunicação (com duração máxima de 20 minutos e podendo ser apresentadas em português, inglês, espanhol, francês e italiano) deverão ser enviadas para o email da Comissão Organizadora ([email protected]) até 31 de Dezembro de 2024, sendo que após validação pela Comissão Científica, a aceitação das propostas será comunicada aos respetivos autores e autoras até 31 e Janeiro de 2025.

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