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Explicador Madeira

Impétigo: o que é e como prevenir uma infecção

Surto detectado na Madeira entre os jovens mas pode afectar qualquer faixa etária

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Foto Shutterstock

O SESARAM confirmou, hoje, que foi detectado um surto de impetigo junto de jovens atletas. A doença não é propriamente uma ‘novidade’ mas têm sido registados vários casos nos últimos dias.

Esta é uma infecção que ocorre na pele e que se caracteriza por lesões vermelhas na pele, que podem evoluir para bolhas, que acabam por rebentar. Essas mesmas lesões acabam por formar crostas de cor amarelada, podendo provocar dor e comichão.

Tudo indica que esta seja uma infecção ligeira, mas que acaba por ser altamente contagiosa, através do contacto directo com as lesões ou contacto com outros objectos que foram usados por alguém com a infecção. Neste caso estamos a falar, por exemplo, de toalhas, bolas de desporto e bancos, motivo que pode justificar o aumento de casos junto de atletas.

De acordo com a CUF, já dois tipos distintos desta infecção. O impetigo não bolhoso é o tipo mais comum. Numa fase inicial, aparece apenas uma ou poucas feridas, associadas a comichão. A ferida acaba por rebentar e fica vermelha. Formam-se então as crostas e a pele acaba por sarar sem que se formem cicatrizes, a menos que a zona seja arranhada ao ser coçada.

Por outro lado, o impetigo bolhoso requer aconselhamento médico. Nestes casos, formam-se bolhas que contêm um líquido turvo ou amarelado. Estas acabam por rebentar, formando-se crostas. Também neste caso, a pele tende a sarar sem cicatrizes.

Quais as causas?

A causa desta infecção são as bactérias Streptococcus pyogenes e também Staphylococcus aureus, que infectam a pele através de cortes, arranhões, mordidas de insectos, queimaduras, erupção cutânea e feridas.

Segundo a CUF, citando a Sociedade Portuguesa de Pediatria, o impetigo pode também surgir na pele das crianças que, por exemplo, tiveram varicela ou um eczema com comichão. A principal forma de transmissão de impetigo é pelo contacto pele a pele com alguém que esteja infetado. Por exemplo, desportos de contacto - como luta e futebol - acarretam maior risco de transmissão de impetigo.

Como é feito o tratamento?

O tratamento faz-se através da toma de antibiótico e/ou utilização de pomada, sendo que o doente deixa de ser infeccioso 48 horas após o início do antibiótico adequado. Sem tratamento antibiótico, considera-se que as lesões deixam de ser contagiosas quando secam e ficam cobertas com crosta.

Acontece que esta é uma doença de evicção escolar obrigatória, de acordo com o Decreto Regulamentar n.º 3/95 de 27 de Janeiro. Isto significa que, em caso de infecção, os alunos ou professores devem ser temporariamente afastados do ambiente escolar até completarem 48h de antibioterapia ou até todas as lesões criarem crosta.

Como tomar medidas preventivas?

Em primeiro lugar, os indivíduos com lesões suspeitas devem ser observadas pelo seu médico assistente e seguir a orientação médica. Se diagnosticados com impétigo, só podem regressar à escola se: completarem 48 horas de antibiótico; ou as lesões apresentarem crosta. Caso contrário, devem permanecer em casa. Quem teve contacto com alguém infectado deve manter-se atento a lesões.

Recomendações para a escola e clubes desportivos:

Manter o ambiente escolar sempre bem arejado;

Reforçar as medidas de higiene e desinfecção diárias, dando particular atenção aos manípulos das portas e torneiras, corrimãos, dispositivos de descarga de autoclismo, mesas e objectos desportivo (bolas, colchões, outros equipamentos)

Reforçar as medidas de higiene e desinfeccção diárias nos balneários;

Evitar a partilha de materiais entre alunos;

Promover a lavagem frequentemente das mãos com água e sabão;

Promover que qualquer ferida aberta esteja protegida com penso;

Qualquer caso suspeito de impétigo deve ser encaminhado ao médico assistente para diagnóstico e orientações.

Recomendações no domicílio para as pessoas com impetigo:

Evitar o contacto próximo/físico com outras pessoas;

Manter as lesões secas e limpas;

Não coçar as lesões e manter as unhas curtas para evitar mais lesões (as tesouras/corta-unhas devem ser lavados e desinfetados após cada utilização);

Lavar as mãos com frequência;

Não partilhar roupas, lençóis e toalhas, que devem ser trocados diariamente e lavados a 60ºC;

Não partilhar brinquedos e lavá-los com detergente e água quente;

Limpar superfícies em que a pessoa com impétigo tenha tocado, como bancadas e maçanetas.

Em caso de prescrição de antibiótico para por nas lesões, limpar previamente as lesões com água morna, não encostar o tubo diretamente nas lesões e lavar as mãos antes e depois da aplicação.

Uma vez que novos casos podem aparecer até 10 dias do último contacto com um caso de doença, é expectável que outros casos possam surgir nos próximos dias.

Qualquer novo caso deve ser informado para ajuste de medidas, se necessário.