Encerramento da vereda que dá acesso à praia da Canavieira gera onda de críticas
Alguns utilizadores da praia da Canavieira, no Caniço, asseguram estar descontentes com o encerramento da vereda que dá acesso à referida praia.
Segundo afirmam, esta vereda, “que sempre foi pública”, foi encerrada por um particular, motivo pelo qual estão a ponderar fazer uma petição pública.
“Como é possível fechar o acesso a esta praia e permitir a construção privada sobre o mesmo? A minha praia de infância. Era uma dor subir a vereda ao fim do dia, mas a praia era espetacular.”, escreveu um popular numa página privada criada para debater este tema, e que já conta com mais de 900 membros.
Nesta mesma página, o presidente da Junta de Freguesia do Caniço, Milton Teixeira, explica esta decisão e lembra que o acesso à Praia da Canavieira foi encerrado em 2018, mais precisamente a 27 de Julho.
“Foi encerrado após uma acção inspectiva das condições de segurança levada a cabo pela Junta de Freguesia do Caniço e pela Protecção Civil Municipal. Nesta visita foi notória a falta de segurança do acesso, colocando em risco todos aqueles que ali passavam para a praia. Estruturas de segurança (incluindo varandins) abandonadas há diversos anos e já sem possibilidade de sustentação da base das mesmas, piso escorregadio, quedas de pedras e diversas fendas de grande dimensão que, no entender dos especialistas da protecção civil, poderiam provocar a queda de pedras maiores, com todos os riscos de segurança que esta queda poderia acarretar. Acesso abandonado há anos”, informou.
“Para além das situações expostas anteriormente, existiram, com demasiada frequência, comprovadas situações de actividades ilícitas, que levaram, inclusive, à intervenção dos órgãos de polícia criminal. Em Julho de 2021, após a pandemia, a Junta de Freguesia colocou uma equipa durante 15 dias a fazer a limpeza deste acesso e pediu nova reavaliação à Protecção Civil Municipal. A vistoria foi feita em conjunto e, se em 2018 não havia condições, em 2021 pior. As fendas apresentavam fissuras maiores”, acrescentou.
Apesar de admitir que a decisão não foi fácil, até porque confidencia que foi uma das suas praia de infância, admite que prefere ser penalizado “por uma decisão impopular, do que viver com a consciência de alguém se magoar a sério naquele local ou, pior ainda, perder a vida”.
“Podia haver obras e melhorar o acesso? Claro que sim! E estamos, neste momento, a verificar todas as hipóteses, incluindo com a intervenção especializada dos rocheiros do Governo Regional para verificar se se conseguirão os serviços mínimos indispensáveis para repor a segurança. Como estamos a falar do Domínio Público Marítimo, a junta está também a envidar todos os esforços possíveis, com diversas entidades, para tentar encontrar uma solução para revitalizar o acesso a esta praia, sem colocar em causa a estabilidade orçamental desta Junta de Freguesia. De resto, quanto à natureza da propriedade onde esta localizada a dita passagem, esta junta já deu em tempo útil a sua opinião pela qual já foram efectuados todos os esclarecimentos”, concluiu.
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