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MNE francês defende que Musk não deve misturar política com negócios

Foto EPA/ABIR SULTAN
Foto EPA/ABIR SULTAN

O chefe da diplomacia francesa defendeu ontem que a democracia é "frágil", esperando que Elon Musk, anunciado como possível membro da equipa do futuro Presidente dos EUA, Donald Trump, não a coloque em segundo plano face aos interesses instalados.

"Esperemos que ele [Musk] não faça à democracia norte-americana o que fez ao Twitter. A democracia é um tesouro frágil", afirmou Jean-Noël Barrot, questionado no portal do diário Le Parisien sobre o futuro papel do dono da Tesla.

Elon Musk deverá integrar a futura administração de Donald Trump, mas os contornos exatos do seu papel não foram revelados.

O homem mais rico do mundo participou na quarta-feira numa conversa telefónica entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e Donald Trump, após a vitória deste último nas eleições norte-americanas, segundo a presidência ucraniana.

"Nunca aceitaremos que o debate público seja transferido para redes sociais desregulamentadas nas mãos de interesses especiais, sejam eles norte-americanos ou chineses", insistiu o ministro francês dos Negócios Estrangeiros.

Elon Musk comprou o Twitter em outubro de 2022 por 44.000 milhões de dólares (41.050 milhões de euros). 

Assim que a aquisição foi concluída, o patrão da Tesla despediu a equipa de gestão, retirou a empresa da bolsa e despediu um grande número de funcionários.

"Não vamos sofrer o destino dos democratas norte-americanos. Voltemos às raízes da democracia: poder e responsabilidade para os cidadãos", disse o ministro francês.

Barrot também previu que o próximo Presidente norte-americano, ao contrário de alguns dos seus comentários, não vai desistir da Ucrânia.

"Donald Trump é demasiado sábio para concordar em apoiar o que seria a maior anexação territorial dos últimos 75 anos. Demasiado sábio para esquecer que nenhuma paz justa e duradoura pode ser concluída nas costas dos ucranianos e por cima das cabeças dos europeus", declarou.

"A anexação de um território ucraniano seria consagrar a lei do mais forte, com consequências muito graves na Europa e noutras regiões do mundo", acrescentou.