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Ucrânia apoia "em todas as circunstâncias" adesão da Geórgia à UE e NATO

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A Ucrânia declarou hoje que apoia a Geórgia "em todas as circunstâncias" no seu caminho de adesão à União Europeia (UE) e à NATO, apesar da vitória do partido pró-russo nas legislativas e da contestação da oposição aos resultados.

"A Ucrânia apoiará em todas as circunstâncias o povo georgiano na sua aspiração de continuar o seu caminho estratégico rumo à adesão à UE e à NATO", escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano no seu 'site' em reação às legislativas disputadas no sábado, que deram oficialmente a vitória ao partido no poder, Sonho Georgiano.

A diplomacia de Kiev criticou, no entanto, a condução da votação, observando que foram marcadas pela "intimidação, coação e pressão" sobre os eleitores.

"Não é surpreendente que os resultados tenham sido altamente elogiados e bem recebidos na Rússia", afirmou ainda o ministério.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já tinha afirmado na quarta-feira que as eleições georgianas constituíam uma vitória para a Rússia.

No mesmo sentido, a Comissão Europeia e o Alto Representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell, apelaram às autoridades da Geórgia para que clarifiquem as irregularidades denunciadas por observadores internacionais.

No início da semana, a Comissão Europeia divulgou um relatório em que acusa o parlamento da Geórgia de exercer os seus poderes de uma "maneira insatisfatória" e alertou para desenvolvimentos no último ano desalinhados com o objetivo de integração na UE.

Também o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse estar "profundamente alarmado com o recente declínio da democracia" na Geórgia e apelou para "uma investigação transparente sobre todas as irregularidades eleitorais".

Entre os recuos democráticos, Joe Biden elencou "a promulgação de legislação que reflete as leis russas que restringem as liberdades fundamentais e limitam o espaço para organizações independentes da sociedade civil".

Uma recontagem parcial dos votos das eleições legislativas na Geórgia confirmou a vitória do Sonho Georgiano, anunciou hoje a comissão eleitoral, após a oposição ter denunciado fraude eleitoral.

A recontagem de cerca de 12% das assembleias de voto e de 14% dos boletins de voto "não resultou numa alteração significativa dos resultados oficiais anteriormente anunciados", afirmou o organismo eleitoral.

O Ministério Público da Geórgia revelou na quarta-feira a abertura de uma investigação sobre a alegada fraude, convocando a Presidente do país, Salome Zurabishvili, a detalhar as suas acusações contra o partido no poder.

"Não tenho qualquer intenção de ir ao Ministério Público", reagiu a chefe de Estado, apelando para que a instituição faça o seu trabalho e qualificando a convocatória como um "ajuste de contas político".

Milhares de pessoas concentraram-se em frente ao edifício do parlamento, no centro de Tbilissi, na segunda-feira, a pedido da oposição, que acusa o Sonho Georgiano de ter "roubado" as eleições.

Para a próxima segunda-feira está convocada uma nova manifestação no mesmo local, na qual a oposição espera apresentar "um plano detalhado de ações pacíficas, mas focadas em alcançar os seus objetivos".