Eduardo Jesus entregava "sem pestanejar" contratação pública à tecnologia
O secretário regional de Economia, Turismo e Cultura discursou, esta tarde, na Conferência MEO Empresas Techtrends 2024 – A Visão da Tecnologia para a Madeira, tendo afirmado que entregaria "sem pestanejar" à Contratação Pública a tecnologia "se pudesse". "Acredito que isto nos tirava um peso de cima não só administrativo, mas acima [de tudo] pelas consequências da Contratação Pública em que todos nós somos um alvo permanente".
Na ocasião mencionou, relativamente à Internet 5G, que a Região Autónoma da Madeira por ser uma região insular não tem "uma das grandes acessibilidade que, regra geral, os territórios continentais têm".
"Vivemos da acessibilidade aérea, da acessibilidade marítima e, fundamentalmente e cada vez mais, da acessibilidade digital", referiu.
No que concerne à sustentabilidade e as tecnologias verdes, realça que a Madeira tem tido um papel "importante nesta caminhada, visto estar colocada no nível 2 de certificação de destino turístico como destino sustentável, através de um entidade credenciada internacional. Estamos no nível prata, mas almejamos o nível outo dentro de pouco tempo, mas isto só é possível porque o sector privado está extraordinariamente envolvido".
Na sessão, que teve lugar no hotel Savoy Palace, Eduardo Jesus abordou os vários ciclos económicos da Madeira realçando algo em comum entre eles: "Nós dependemos da importação da matéria-prima", chamando a isto o "ciclo ingrato da insularidade".
"São estes os ciclos que nos fazem ganhar lá fora aquilo que nós não temos cá dentro: mercado. Nós somos só 250 mil, nós representamos apenas 2,5% da população do país" Eduardo Jesus
Sobre o sector das tecnologias de informação e da comunicação dá conta que de 2016 a 2022 a Região passou de 200 empresas para 500, de 900 colaboradores chegou aos 1200 e que em termos de volume de negócios passou de 87 milhões para mais de 600 milhões, um crescimento de "600% do valor deste sector da tecnologia na Madeira".
Esclarece que a Madeira "é hoje a região do país com mais intensidade tecnológica nos bens que exporta".
"Estamos a falar que 10% das nossas exportações são de alta tecnologia. Este rácio é duas vezes o rácio médio nacional. Estas exportações têm a ver com os trabalhos feitos para engenharia, para a construção de computadores, para instrumentos científicos, telecomunicações e outros" Eduardo Jesus
Concluindo, o secretário regional diz que a Madeira faz parte do novo ciclo económico: "Temos desenvolvimento regional baseado na tecnologia, onde se esbatem barreiras, onde não há fronteiras, onde o trabalho remoto é a ordem dia, onde a assiduidade física não é importante".