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UE quer incluir queimadas nas negociações do acordo com Mercosul

Nos últimos anos, a Amazónia tem sofrido com os violentos incêndios que têm consumido extensas áreas de floresta.
Nos últimos anos, a Amazónia tem sofrido com os violentos incêndios que têm consumido extensas áreas de floresta., Foto DR

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse ontem que a União Europeia pretende incluir as queimadas nas negociações do acordo comercial com o bloco Mercosul, numa altura em que o Brasil sofre uma onda de incêndios espalhada pelo país.

"A União Europeia está a ameaçar colocar as queimadas na mesa de negociação", e o Brasil diz-lhes para não fazerem isso e apresenta argumentos, dizendo que o país está "a preservar mais" do que os países da União Europeia preservaram "em toda a sua história", afirmou Lula da Silva.

As negociações entre os dois blocos, que se arrastam há 25 anos e chegaram a um consenso de princípio em 2019, estão novamente paradas desde o ano passado por novas exigências europeias em matéria de ambiente.

O Presidente, citado pelo Correio Brasiliense, durante um discurso no Palácio do Planalto, ao assinar a Lei do Combustível do Futuro, recordou que no ano passado conseguiram reduzir a taxa de desflorestação na Amazónia em 51% e que este ano vão continuar esta tendência com uma nova redução de 47%.

Sublinhou ainda que o Brasil está a sofrer uma das piores secas da sua história recente, o que tem facilitado a propagação de incêndios em várias partes do país, com especial preocupação para a Amazónia e o Pantanal.

De acordo com dados oficiais do governo, o número de focos de incêndio nos primeiros nove meses do ano saltou quase 90% em relação ao mesmo período de 2023, para cerca de 210 mil em todo o país.