Ministra da Administração Interna será ouvida quarta-feira sobre o combate aos incêndios na Madeira
Apesar da contestação do PSD-Madeira, a averiguação da gestão política dos meios de protecção civil no combate aos incêndios que deflagraram na Madeira no passado mês de Agosto prossegue esta quarta-feira, na Assembleia da República, com a audição da ministra da Administração Interna.
A audição de Margarida Blasco arranca às 9 horas, no âmbito da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, e decorre de um requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista, como explica Miguel Iglésias, deputado eleito pelo PS-Madeira.
Citado em nota à imprensa, Miguel Iglésias diz que estas audições são "fundamentais para aferir o que verdadeiramente se passou no combate aos incêndios que atingiram quatro concelhos da Madeira, numa área superior a 5 mil hectares de floresta e vegetação e que obrigaram a que várias dezenas de pessoas tivessem de sair das suas casas".
A gestão política do combate aos fogos "mereceu desde o início acentuados reparos, nomeadamente no que se refere às contradições entre os responsáveis governativos, à má comunicação e à recusa inicial de ajuda externa, que depois acabou por se revelar crucial".
Estes são factos que têm sido sistematicamente apontados pelos diferentes responsáveis já ouvidos nesta Comissão e é imperativo que continuemos a auscultar as restantes entidades, para podermos, de facto, fazer o devido escrutínio da forma como os incêndios foram combatidos. Este é um trabalho de averiguação que se impõe, em nome de todos os madeirenses que foram afetados por esta catástrofe, mas também para se evitar que situações futuras semelhantes venham a ocorrer. Miguel Iglésias, deputado do PS-M na Assembleia da República
Os socialistas madeirenses lembram que a ministra da Administração Interna integra um grupo de personalidades e entidades nacionais com responsabilidades em matéria de protecção civil e combate aos incêndios que serão ouvidas neste âmbito. Até ao momento, já foram escutados os testemunhos do secretário-geral do Sindicato Nacional de Protecção Civil, do presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil e do presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, estando ainda prevista, além de Margarida Blasco, a audição da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, da Liga dos Bombeiros de Portugal e do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais.