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Talibãs reafirmam apoio à Palestina em 1.º aniversário de ataque do Hamas

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Foto Shutterstock

O Governo 'de facto' dos talibãs no Afeganistão expressou hoje "preocupação com a crescente crise no Médio Oriente" e reiterou o compromisso de "apoiar a justa causa da Palestina".

Fê-lo no dia em que se assinala o primeiro aniversário do ataque do grupo islamita palestiniano Hamas a Israel, que desencadeou uma escalada do conflito sem precedentes na região, com uma primeira frente de batalha de Israel na Faixa de Gaza, para "erradicar" aquele grupo, uma segunda no Líbano, para combater outro grupo pró-iraniano, o movimento xiita Hezbollah que, em solidariedade com o Hamas, intensificou o seu fogo cruzado transfronteiriço com Israel um dia após o início da guerra israelita de retaliação em Gaza, e duas contraofensivas do Irão a Israel, pelo assassínio dos líderes dos dois movimentos, Ismail Hanyieh (Hamas), e Hassan Nasrallah (Hezbollah).

Numa mensagem publicada no seu perfil oficial da rede social X (antigo Twitter), o porta-voz adjunto dos fundamentalistas talibãs, Hamdullah Fitrat, declarou que vários membros do Governo do país "abordaram os desafios políticos e de segurança no Afeganistão e na região (Médio Oriente)", numa reunião realizada no domingo.

"Os membros da Comissão Política (composta pelo vice-primeiro-ministro para os Assuntos Políticos, o chefe de Estado-Maior do Ministério da Defesa e o Alto-Comissário para a Segurança do Ministério do Interior) manifestaram a sua preocupação com a crescente crise no Médio Oriente e reafirmaram o seu compromisso de apoiar a justa causa da Palestina", acrescentou Fitrat.

Os talibãs manifestaram em diversas ocasiões o seu apoio à causa palestiniana face à escalada das hostilidades no Médio Oriente, que se intensificaram desde 07 de outubro de 2023, quando mais de 6.000 morteiros disparados da Faixa de Gaza pelo Hamas atingiram Israel e mais de 3.000 combatentes se infiltraram no sul de Israel.

Falhas dos serviços secretos permitiram o maior ataque da história de Israel e o maior massacre de judeus desde o Holocausto, quase 1.200 pessoas num único dia, e o rapto de 251 reféns, 97 dos quais ainda em cativeiro na Faixa de Gaza, 34 deles entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 367.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 41.900 mortos (quase 2% da população), cerca de 17.000 dos quais menores, e de 97.000 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.