Queda na criação de empresas em Portugal
Transportes têm a descida mais significativa no todo nacional. Madeira foi excepção com crescimento de 15%
Até final do 3.º trimestre de 2024, de acordo com o barómetro da Informa D&B, foram criadas 39.005 novas empresas em Portugal, o que representa uma descida de 2,1% face ao mesmo período do ano passado (menos 856 empresas).
Os diversos sectores mostram comportamentos contrários, com metade deles a crescer na constituição de empresas, enquanto a outra metade vê descer este indicador.
A Construção é o sector que regista o maior crescimento. Até 30 de Setembro, nasceram 4.848 empresas neste sector, subindo 8,7% face a 2023 (+388 constituições de empresas), uma tendência que se verifica desde o início do ano e em quase todas as regiões do país. Neste sector destaca-se sobretudo a actividade da Construção de edifícios (residenciais e não residenciais). Esta actividade tem já 2.995 constituições de empresas em 2024, mais 279 do que em 2023.
Além da Construção, os crescimentos mais expressivos registaram-se nos sectores dos Serviços empresariais (+2,3%; +148 constituições de empresas) e dos Serviços gerais (+2,3%; +129 constituições de empresas), que, em conjunto com a Construção, são os três setores com maior número de constituições de empresas neste período.
Os Transportes, lê-se no documento, são o sector com a maior queda na criação de empresas face ao período homólogo, com um recuo de 24% (-1.144 constituições de empresas), e aquele com maior peso para a descida geral do indicador. No entanto, ao contrário do que se passa nas outras regiões, o sector dos Transportes cresceu na Madeira, sendo o grande responsável pelo aumento de 15% na criação de empresas nesta Região Autónoma.
Além dos Transportes, os maiores recuos registaram-se no sector Grossista (-9,0%; -158 constituições de empresas), destacando-se o subsector Alimentar (-17%; -91 constituições de empresas) e no Alojamento e restauração (-3,4%; -134 constituições de empresas), uma descida transversal a quase todos os seus subsectores, mas especialmente concentrada no Alojamento de curta duração (-16%; -119 constituições de empresas).
Encerramentos descem 3% no acumulado dos últimos 12 meses
Até final do 3.º trimestre deste ano, encerraram 8.839 empresas em Portugal, menos 7,9% do que no mesmo período do ano passado, sendo que à data de hoje ainda existem publicações a serem efectuadas pelo Registo Comercial.
Nos últimos 12 meses encerraram 14.609 empresas, o que corresponde a uma descida mais ligeira (-2,7%; - 409 encerramentos de empresas) face aos 12 meses anteriores. A descida no acumulado dos últimos 12 meses é transversal à esmagadora maioria dos sectores de actividade, destacando-se o Retalho (-8,5%; -192 encerramentos de empresas), o sector que mais recuou neste indicador em termos absolutos, e as Indústrias (-13%; -158 encerramentos de empresas).
Transportes (+21%; +146 encerramentos de empresas), Tecnologias da informação e comunicação (+6,8%; +54 encerramentos de empresas) e Energia e recursos (+27%; +19 encerramentos de empresas), foram os únicos setores que viram crescer os encerramentos nos últimos 12 meses.
Insolvências crescem quase 10% desde o início do ano
Olhando aos dados, até final do 3º trimestre, 1.583 empresas iniciaram um processo de insolvência, mais 9,9% (+142) que no mesmo período do ano passado, um crescimento que se verificou na maioria dos meses do ano.
Para este aumento contribuiu o crescimento em mais de metade dos sectores de actividade, mas sobretudo no sector das Indústrias (+42%; +134 empresas) e em especial no subsector das Indústrias de têxtil e moda (+67%; +107 empresas).